Ansiedade é uma sensação difícil de explicar por ser inespecífica e difusa. Vem em forma de um sentimento que apreende e que muitos gostam de chamar de "aperto no peito”, gerando: pensamentos confusos, negativos e catastróficos, sensação de iminência de tragédia seguida de angústia e sofrimento.
A ansiedade pode ser crônica - uma permanente companheira que às vezes “descansa”, mas nunca desaparece; ou aguda (crise) - geralmente seguida de sintomas físicos como batimento cardíaco acelerado, sensação de desmaio, tonteira, suor em algumas partes específicas do corpo, falta de ar e sensação de morte.
Quando se chega à crise é porque já existe um ambiente favorável anterior, um padrão de pensamento onde o indivíduo antecipa situações de risco e mantém a frequência de uma mente ansiosa.
Uma coisa curiosa da ansiedade é que a preocupação com que algo aconteça é tão grande que o indivíduo paralisa e procrastina as tarefa necessárias, e quanto mais ele empurra com a barriga as obrigações, mais aumenta a ansiedade, e quanto mais ansiosa, mais improdutiva a pessoa se torna. Um buraco sem fundo.
Há pessoas que criam mecanismos, muito inteligentes por sinal, de interrupção desse ciclo: antecipam as tarefas para se sentirem menos pressionados com a preocupação - se tem um trabalho de escola para fazer, por exemplo, já o fazem mesmo estando muito longe do prazo final. Nesse caso, a ação funciona como um remédio que atenua o estresse e transforma a ansiedade em produtividade.
Transformar a preocupação em força motriz para a ação é uma ótima saída para quem busca se tornar menos ansioso.
Já aqueles que falam que querem se livrar da ansiedade, mas nada fazem em prol disso, não irão se livrar disso. Vivem com a Síndrome do Desejo Milagroso: acreditam que o resultado virá por merecimento, de tanto desejá-lo. Gastam muita energia pensando e nenhuma fazendo. Pela inação, costumam optar por mecanismos mais fáceis como a medicação, não como tratamento temporário, mas sim contínuo, como se fosse um “cheque especial” incorporado ao salário.
Nesse cenário, uma coisa puxa a outra, e indivíduos muito ansiosos apresentam dificuldades para dormir, acordando com a sensação de cansaço, que contribui com uma perda de vigor e improdutividade. A queixa de pessoas ansiosas é que estão sempre exaustas, com pouca paciência, alta procrastinação, substituindo tarefas necessárias por prazerosas, como consumir álcool, comer guloseimas, consumismo, internet, entre outros.
Esses comportamentos que inicialmente buscam atenuar a ansiedade fazem mesmo o contrário. Além de contribuir para baixa autoestima, uma vez que o sujeito se sente muito insatisfeito com seu comportamento.
A quem busca se livrar do estado de ansiedade, é preciso ter em mente que disciplina, exercício fisico, alimentação saudável e hábitos autoconstrutivos - além de vencer vícios, como, por exemplo, a preguiça - são passos fundamentais sem os quais não é possível se livrar dessa sensação tão somente alimentada por nós.