Começo várias coisas muito animado, com o passar do tempo, desanimo daquilo e acabo largando. Inicio outra coisa prometendo que irei finalizar e também abandono. Isso ocorre com quase tudo, até um simples livro.  Sou um somatório de atividades iniciadas e não terminadas. Perco tempo, dinheiro e respeito das pessoas.  Como resolver isso ?

Essa é uma queixa muito comum. Muitos se sentem insatisfeitos com esse modo de ser: não dão continuidade àquilo a que se propõem.  

Geralmente isso ocorre pelo fato de ao iniciarmos uma nova tarefa o fazermos sobre o alicerce de um combustível poderoso: a empolgação. Percebermos isso quando nos sentimos dispostos a fazer algo novo, como aprender uma língua, por exemplo; vamos à escola, escolhemos o horário, matriculamos, compramos os livros e é tudo muito animador. Geralmente nos sentimos com uma energia extra nos preparativos dessa primeira etapa. Mas quando iniciamos a tarefa e nos deparamos com as dificuldades, rotinas, privações, vamos ficando desanimados. Apesar de a empolgação ser um combustível poderoso para iniciarmos tarefas novas, ela não é duradoura. E nessa hora entra um elemento fundamental: a disciplina.

Os disciplinados são pessoas com a inteligência voltada para o racional, por isso conseguem frear prazeres imediatos em prol de um objetivo futuro maior. São regidos pelo princípio da realidade. 

Do outro lado, o da indisciplina,  estão as pessoas regidas pelo princípio do prazer: impulsivas, vivem o hoje e resolvem amanhã. Preferem prejudicar a saúde, o sono e as economias financeiras para não se privarem de um prazer momentâneo. São capazes de ficar numa festa até tarde mesmo sabendo que acordam cedo. Gastam dinheiro mesmo sabendo que precisam economizar. Planejam iniciar uma atividade física mas não conseguem acordar uma hora mais cedo. Querem emagrecer, mas não conseguem parar de comer. A dificuldade em tolerar o sacrifício é tão grande que acabam fracassando no primeiro obstáculo e perdem por completo a disciplina. 

Mas quem se identifica com esse comportamento não está condenado a viver assim. É possível mudar e ir para o lado oposto. Algumas sugestões práticas:

1- Ao iniciar uma nova atividade, tenha em mente que só a empolgação acabará; seu projeto, não. Comprometa-se com a continuidade e não com seu estado de ânimo. Está com preguiça, vai assim mesmo. 

2-  Existem quatro estágios que nos acompanham no cumprimento de uma tarefa: animado, neutro, com esforço, com sacrifício. Não pense que todos se sentem animados o tempo todo. Aliás, os que chegam ao final geralmente o fazem com esforço ou sacrifício. Não romantize a tarefa, apenas execute-a.

3-   É importante ter o lema: “o feito é melhor que o perfeito”. Se não tem uma hora completa para fazer exercício, use os 30 minutos que tem, mas não deixe de fazer. Assim se cria o hábito. 

4- Gratifique-se. Permita-se um prazer após o cumprimento da obrigação e aos poucos você será regido pelo principio da realidade. Em termos de gratificação, maior prazer, não há!