“Como lidar com pessoas difíceis” é o nome do meu segundo livro, que lanço esta semana.
A intenção de escrever sobre isso surgiu do número de pessoas que perdem a saúde mental por conviver com outras de características complicadas. Estudo o tema desde 2006 e em 2009 ingressei no mestrado, onde conduzi minha linha de pesquisa na investigação das anomalias comportamentais que acometiam líderes empresariais. Investiguei o comportamento de pessoas em cargos de chefias quando estas apresentavam graus de psicopatia e, desde então, concluí que a perversidade contida no comportamento de alguns humanos é mais comum do que se possa imaginar.
Após o início de minha atuação clínica, não me surpreendi com o número de vítimas dessas pessoas com condutas cruéis, porém embaladas em comportamentos não cruéis. O ponto principal passou a ser a dificuldade em perceber quem é lobo e quem é cordeiro, uma vez que todos, inicialmente, apresentam-se como cordeiros. Como saber se aquela pessoa legal, divertida, boa companhia e animada não possui também traços perversos escamoteados em seu comportamento? Eis a questão! Justamente por isso, por essa dualidade comportamental e pela sutileza na qual a perversidade se desdobra, que acabamos levando “gato por lebre”.
No livro, preocupei-me em demonstrar, de forma sintetizada, como a perversidade faz do indivíduo uma pessoa difícil de lidar, ao mesmo tempo em que é algo difícil de ser percebida. Uma armadilha elaborada que confunde muitas pessoas, independentemente do grau de instrução e inteligência. Isso porque a sutileza da perversidade não está no campo racional, e sim no emocional. Penso que a informação é a melhor maneira de libertação, porém é parcial. Digo isso pois só podemos nos considerar totalmente livres quando dispomos de duas condições: informação e saúde mental.
Ocorre, porém, que muitas pessoas, ao tomarem ciência destas informações, não possuem forças para romper o cárcere emocional no qual se encontram porque, apesar do conhecimento adquirido, já perderam a saúde mental, agravando ainda mais o problema.
E não me refiro aqui apenas a relacionamentos afetivos. Este talvez seja o mais nocivo, por ser também mais intenso. Mas a prisão de estar envolvido com uma pessoa difícil, com atitudes perversas, é possível tanto no amor como no trabalho, entre amigos ou até mesmo em família.
E o preço desse envolvimento é caro. Sofremos a consequência de termos depositado tempo, trabalho, esforço, dinheiro e confiança em alguém cujo comportamento tem como principal objetivo levar vantagem, obter, receber, retirar e ainda permanecer insatisfeito. Pessoas complicadas são como um buraco sem fundo!
A intenção desse livro é evidenciar os sinais, informar, traçar um perfil e mapear comportamentos. Tudo isso para que fique mais fácil tanto lidar quanto evitar pessoas difíceis.
O livro está disponível em simonedemolinari.com/livro.