Quanto maior nosso autoconhecimento, maior a nossa maturidade emocional. Isso porque conseguimos tomar consciência das nossas emoções, limitações, forcas e fragilidades e a partir daí desenvolver mecanismos para superá-las. É através do autoconhecimento que conseguimos desvendar nossas defesas, medos, bloqueios e principalmente autoengano, aquela mentira que falamos para embalar de ato nobre aquilo que no fundo é fraqueza. Um bom exemplo são as pessoas “boazinhas” que não medem esforços para ajudar o outro. Por trás desse “bom coração” geralmente existe uma pessoa com enorme dificuldade em falar “não” e por isso se torna ao longo da vida tão generosa.
Essas e outras situações comprometem o nível do nosso autoconhecimento, e para sabermos um pouco sobre como anda a nossa maturidade podemos refletir sob o viés de alguns comportamentos.
Pessoas com boa maturidade emocional apresentam boa tolerância a frustração e a contrariedade. Ao invés de se revoltarem, lidam com serenidade o sentimento de impotência que deriva dos desejos e expectativas não realizadas. Já quem sente muita raiva pode ter um bom termômetro: quanto mais raiva um indivíduo sente, menos tolerante à frustração ele é. Devido ao teor acusativo, a raiva também demonstra uma tendência à vitimização - tem sempre um vilão para descarregarmos a culpa. Pessoas agressivas apresentam alto grau de imaturidade simplesmente por não conseguir conter a própria emoção. Uma frase dita por Freud é: um sinal de maturidade é quando conseguimos trocar a raiva por tristeza.
Outro medidor de maturidade é a boa formação moral de uma pessoa. Isso significa ela ser capaz de cumprir combinados, não justificar os erros, frear os impulsos que podem prejudicar, ferir ou magoar pessoas do seu convívio, manter a ética mesmo quando não está sendo observado, não lesar o outro para ser beneficiado. Pessoas maduras, quando sabem que não darão conta de cumprir o que prometeram, tratam logo de conseguir meios de comunicar isso ao outro.
Não poderia deixar de incluir como medidor de maturidade a estabilidade humoral. Pessoas imaturas são muito vulneráveis às emoções e mudam de humor de acordo com os acontecimentos: se tudo vai bem, ela está amável; se algo o desagradou, por menor que seja, ela “fecha a cara e emburra”. Essa oscilação é muito parecida com o comportamento das crianças, que por não terem controle do que sentem são suscetíveis às influências externas. Adultos imaturos são como crianças fazendo birra.
Aos que almejam a maturidade de uma forma honesta, é preciso desenvolver a capacidade de aprender com os erros ao invés de rescindir neles, se comprometer com a evolução se privando da zona de conforto em prol de um bem maior.
Amadurecer é um processo fruto de auto-observação, autocrítica, desejo de evoluir e amor próprio, onde o grande ganho é a serenidade do bem-estar emocional. Um desfrute para poucos!