Simone DemolinariPsicanalista com Mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais, apresentadora na 102,9 e 98 FM

Gestão da ansiedade

Publicado em 27/06/2024 às 06:00.

Nossas emoções tanto podem preservar nossa saúde quanto interferir para o surgimento de doenças. Somos aquilo que sentimos. Portanto, nos convém aprender a gerir de forma inteligente nosso fluxo emocional. 

É importante ter em mente que se vivêssemos de forma tranquila, ocupando-nos somente daquilo que temos controle, não teríamos a presença nem da ansiedade e nem da depressão, dois estados emocionais adoecidos em função da má gestão das nossas emoções. Isso porque nosso organismo fabrica de forma natural substâncias suficientes que nos asseguram uma boa saúde psíquica. Porém, ganhamos um tanto e gastamos duas ou três vezes mais, com isso decretamos falência.

Cada vez que sentimos medo, raiva, estresse, acionamos o mecanismo de gasto e esvaziamos as nossas reservas. Começamos então a entrar no estado de ansiedade e, uma vez esse mecanismo acionado, ele prejudica a fabricação de novas substância, pois interfere desde a qualidade dos nossos pensamentos até a do nosso sono. É como se nosso organismo então entrasse numa espiral descendente e vivesse num estado de ansiedade constante. 

É por essa conta negativa que vivemos no “cheque especial emocional”. Além de gastarmos nossas reserva ainda completamos com aditivos externo como medicação, por exemplo. Embora, em alguns casos específicos, a ansiedade possa ter uma origem genética, na maioria das vezes ela é resultado do nossos condicionamentos mentais.

É importante ressaltar que os remédios têm um papel importante e necessário quando em caráter de tratamento. Contudo, o que vimos em muitos casos é que eles são usados como complemento constante para fazer um serviço que não queremos aprender a fazer: controlar nossas emoções. 

Sentir ansiedade em algum momento da vida é natural. Podemos estar prestes a apresentar um trabalho importante, fazer uma apresentação pública, a iminência de uma notícia que pode impactar nossa vida, enfim, algumas situações nos proporcionam mais fragilidade emocional. O problema é quando um indivíduo vive nesse estado de agitação interna o tempo todo sem desfrutar do estado de paz. 

O que pode nos tornar um mau gestor das emoções: 

- O estilo de pensamento: pensamentos de medo, de doença, da perda em geral, imaginação de problemas hipotéticos. Medo de morrer, de perder o emprego, de ser traído, de viajar, etc. Os pensamentos de medo drenam nossa serenidade emocional. 

- Pensamento pessimista: viver cogitando a pior hipótese é danoso para nosso sistema psíquico e físico. Sermos aquilo que pensamos é dar foco à preocupação ao invés da solução; é escolher viver modulado para baixo, mais perdendo que ganhando. 

- Lamúria e reclamação: a queixa e a gratidão não coexistem. Aqueles que levam a vida reclamando de tudo e de todos, além de perder um estado de paz interior, passam a observar um lado pesado da vida. 

- Procrastinar: deixar para depois o que precisa ser feito é viver em estado de alerta ligado. Não há tranquilidade mental se há procrastinação, mesmo que não seja consciente, aquilo que ela enrola, provoca ansiedade. 

- Estilo de vida: qualidade do sono, alimentação saudável, práticas de exercício. 

Não estamos imunes aos altos e baixos da vida, e tampouco temos o controle do que pode acontecer, contudo, precisamos fazer a nossa parte - e somente ela, nada mais, está nas nossas mãos.

Portanto, nos convêm ser bons gestores das nossas emoções. Você esta satisfeito com a sua? Se a resposta for “não”, temos sempre a opção de pegarmos um retorno dessa estrada, que sabemos onde irá parar. 

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