Nossa saúde mental está diretamente ligada à forma com que gerenciamos nossas emoções. A tão falada inteligência emocional tem a ver com dois aspectos: interpessoal (a maneira com que lidamos com as emoções externas) e intrapessoal (a maneira com que lidamos com as emoções internas).
Inteligência Interpessoal descreve a habilidade de uma pessoa em se relacionar bem com as demais. É composta por duas categorias. A primeira é o reconhecimento das emoções do outro, que tem a ver com a capacidade de interpretar de maneira sensível as intenções, motivações e desejo do outro. Está diretamente ligada à tão falada empatia. Essa capacidade parece fácil, mas não é. Tendemos a medir o outro a partir da nossa própria régua. Essa autorreferência acaba nos impedindo de fazer uma interpretação correta. Quanto maior a dificuldade em ler as pessoas, maior é a possibilidade de conflitos com elas.
E a segunda categoria tem a ver com a habilidade relacional, ou seja, a maneira natural de interagir com vários tipos de pessoas. Relacionar é uma arte, com público diferente, uma arte nobre. Quanto maior a habilidade relacional, maior a liderança. Liderança pelo talento, não pelo poder.
Já a Inteligência Intrapessoal é a capacidade de lidarmos com as nossas próprias emoções. Tem a ver com o reconhecimento, domínio e controle daquilo que sentimos. Pessoas com essa competência desenvolvida têm maior estabilidade emocional e comando sobre a própria vida. Três categorias compõem essa inteligência. A primeira é o “autoconhecimento”, que consiste em transformar autoengano em autoconsciência. É se autoconhecendo que o indivíduo consegue identificar hábitos inconscientes e administrá-los. Dessa forma, é possível identificar a autossabotagem e criar mecanismos para não cair nas próprias armadilhas. Se autoconhecer não é fácil, há tantos condicionamentos enraizados que fica difícil discernir o que é mentira e o que é verdade dentro de nós.
A segunda é o “controle emocional”, que só é possível a partir do autoconhecimento - etapa anterior. Não conseguimos controlar aquilo que não conseguimos conhecer. Quando entendemos melhor nossos mecanismos de ação, nossas fragilidades e forças, conseguimos gerir com mais competência nossas emoções. Isso implica em conseguir conter impulsos, dominar vícios, medos e inseguranças. Ser senhor de si.
E por fim, temos a “automotivação”, um importante componente para atingirmos a maturidade emocional. A motivação (motivo para ação) ocorre a partir de estímulos internos. Isso significa que a combustão do sentimento que nos move deve acontecer de dentro para fora; isso assegura a continuidade das nossas metas de vida.
Importante ter em mente que a inteligência emocional é uma competência desenvolvida, portanto está ao alcance de todos. Ninguém nasce inteligente, ao contrário, quando criança somos analfabetos emocionais. Amadurecer é necessário para não chegarmos na vida adulta com comportamentos infantis.