É comum os leitores dessa coluna enviarem perguntas sobre o tema lido ou até mesmo perguntar sobre outras questões. Periodicamente dedico esse espaço a responder essas perguntas. Vamos a elas:
1- Sou eu quem atraio os problemas da minha vida?
É comum algumas pessoas vivenciarem determinadas situações de forma recorrente, enquanto outras nunca tiveram tais tipos de problema. Por exemplo, se uma pessoa tem dificuldade para falar “não”, é para ela que irão solicitar os favores. Existe um ditado popular que diz: “assombração sabe para quem ela aparece”. E sabe mesmo. A pessoa irá escolher (consciente ou inconscientemente) quem tem maior propensão em ajudá-la; dificilmente irá solicitar ajuda a alguém imprestável. A escolha é para o voluntarioso ou para quem tem dificuldade em negar. Portanto, “atraímos” o que nossa fragilidade permite.
2- Vivo em depressão, sou muito triste e gostaria de ser uma pessoa feliz, extrovertida.
É bom diferenciar alegria de felicidade. Alegria é “para fora”, é agitada e pode ser vista através de risos, extroversão, euforia. Já a felicidade é “para dentro”, é uma espécie de paz de espírito que faz com que o indivíduo sinta serenidade. Pode vir junto com um comportamento extrovertido ou não, pois é sentida interiormente.
O contrário da alegria é a tristeza; da felicidade é a infelicidade e da depressão é a resiliência. Ou seja, um indivíduo será menos depressivo quanto maior for sua capacidade em se levantar dos tombos. Tem um provérbio japonês que diz: “Caia sete vezes, levante oito”.
3 - Você acredita que quem está em constante estresse pode adquirir alguma doença física?
Cada vez mais, estudos mostram que as emoções tanto podem preservar nossa saúde quanto podem interferir consideravelmente no surgimento de doenças. Você é o que você sente, isso ocorre pelo fato de as emoções jogarem em nossa corrente sanguínea um coquetel de elementos químicos fazendo com que nosso corpo acione respostas fisiológicas, tanto boas quanto ruins.
4 - Minha cabeça não para de pensar coisas ruins. Como fazer para mudar isso?
É preciso ser vigilante da mente e é daí que tudo se deriva: pensamento, sentimento, ação. Nossos pensamentos são como um carro desgovernado, vai para lugares inimagináveis. Por isso, precisamos ficar atentos para não correr o risco de sermos dominado por eles.
A divagação mental é parecida com as ondas do rádio: se estiver numa má sintonia devemos trocar para não ficarmos ouvindo música desagradável.
Pessoas que cuidam ativamente para ter bons pensamentos têm mais saúde mental do que aqueles que nada fazem em prol disso.
5 - Como ajudar alguém com conselhos e a pessoa não ficar com raiva de você?
Devemos ter muito cuidado com o conselho não solicitado. Toda relação humana de respeito implica na responsabilidade de saber que tudo que eu falar pode impactar diretamente (positiva ou negativamente) na vida do outro. Ainda mais se eu for uma pessoa com a qual o outro se importa. Devemos pensar, com muito cuidado, o que devemos dizer, pois poderemos interferir na vida de alguém. A colaboração é sublime, a interferência, não.