Quando usamos a palavra “manso" para nos referir a animais, nos soa muito positivo, visto que todos gostam de bichos dóceis e calmos. Mas, se usarmos a mesma palavra para qualificar pessoas, já temos uma impressão ruim, uma vez que pessoas mansas nos parecem bobas.
Quem é tido como “manso” também é visto como fraco. Do outro lado, o “bravo” é percebido como forte. Mas é preciso cautela nessa avaliação, pois nem tudo que parece, é. Aliás, nesse caso, é até ao contrário.
Ser bravo é uma reação agressiva de alguém que não tem domínio sobre as próprias emoções, portanto, alguém fraco emocionalmente. Não podemos negar a vantagem que pessoas assim obtêm: ao explodirem, acabam causando medo nos demais. Dessa forma, acabam conseguindo o que querem no grito. São como crianças mimadas que não podem ser contrariadas. Brigam, fazem escândalo e impõem, através da pirraça, suas vontades.
Essa reatividade deriva de um mecanismo que é ativado cada vez que algo lhes desagrada. É o famoso “estopim curto". Essa natureza estimula a agressividade gratuita. Um instinto primitivo que reage a um impulso não domesticado.
Algumas características de um indivíduo reativo:
Explosão emocional;
Impulsividade;
Melindrar-se com facilidade;
Se indispor constantemente com amigos e familiares;
Afetividade vinculada à reatividade;
Intolerância à frustração;
Dificuldade em ouvir opinião contrária;
Viver no formato 8 ou 80;
É importante ressaltar que a reatividade é um mecanismo de defesa que deriva do medo. Um indivíduo reativo é um medroso que, por insegurança, ataca antes de ser atacado.
Do outro lado temos os “mansos”, que nada têm de fracos. São pessoas que aprenderam a lidar com as frustrações e dores inevitáveis da vida e com isso conseguem, através de sua força, não reagir instintivamente aos estímulos.
Os que pretendem dominar suas reações negativas precisam iniciar um processo de autorresponsabilidade, abandono de vitimismo e treino.
Nosso comportamento é um ótimo termômetro para medir nossa maturidade emocional: quanto mais reativo, mais imaturo, e quanto menos reativo mais maduro.
Mas precisamos conseguir diferenciar a não reatividade que deriva do autocontrole daquela que deriva da frieza afetiva. O primeiro tem a ver com uma evolução emocional, enquanto o outro tende à psicopatia.