Desenvolver a inteligência emocional nas crianças é o melhor presente que os pais podem dar aos filhos. Mas isso não é tarefa simples, cada criança é única e diariamente surge um novo desafio. As escolas estão cada vez mais completas, ensinando a ler e escrever com agilidade sem igual. Por lá eles aprendem línguas, desenvolvem o gosto pelo esporte, ampliam a cultura, entre outros benefícios que a interação escolar traz. Formam crianças de amplo conhecimento, contudo, deixam de fora um quesito que é de responsabilidade exclusiva dos pais: educação emocional.
Disse Daniel Goleman - autor do livro inteligência emocional: “A inteligência emocional começa a se desenvolver nos primeiros anos de vida. Todos os intercâmbios sociais que as crianças vivenciam carregam mensagens emocionais para toda sua vida".
Parece que as crianças da atualidade já nascem inteligentes, com o desenvolvimento escolar aumentam seu potencial, porém, muitas delas continuam bebês emocionais mesmo na vida adulta. Não respeitam limites, querem tudo sem precisar dispor da contrapartida e são intolerantes à frustração.
Educar emocionalmente o filho é um grande desafio para os pais. E na busca de acerto, muitos caem em erros comuns como o da superproteção, permissividade excessiva e realização dos desejos para evitar atritos.
Isso ocorre pois muitos pais, por medo de repetir o modelo autoritário que receberam, se tornaram o extremo oposto na hora de educar seus filhos e vão para o outro lado. Por medo de errar, erram. Além disso, parece estar havendo uma grande inversão de valores onde os pais passaram a ter medo de perder o amor dos filhos, e não o contrário. Dessa forma, ele se veem, cada vez mais, sem meios para tratar com firmeza a educação de suas crianças.
E claro, paga-se um preço alto por isso. A criança, de tão paparicada, acaba não desenvolvendo meios próprios para se manter sozinha ou caminhar com suas próprias pernas. Sofre a vida toda com os danos da má criação: não consegue tomar decisão, sente-se insegura, tem dificuldade de sair de casa, e quando o faz, carrega consigo um sentimento de culpa, acreditando que está sendo ingrata ou faltosa com seus pais. Dessa forma torna-se um adulto incapaz de cortar o cordão umbilical com a família.
Há pais se gabam da forma superprotetora de educar. Pensam que é sublime pecar pelo excesso. Estão enganados. Esse modelo limita o desenvolvimento dos filhos, os deixando dependentes. Pais superprotetores justificam seu comportamento equivocado alegando excesso de amor. Não percebem que ali reside um componente velado e inconsciente de puro egoísmo. Querem seus filhos sem asas para voar só para tê-los por perto.
Acreditar, também, que matricular o filho em uma boa escola basta é um engano. A educação acadêmica dos filhos é tão fundamental quanto o desenvolvimento da inteligência emocional deles. Esta, que será o alicerce do seu bem-estar psíquico por toda sua vida.