Simone DemolinariPsicanalista com Mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais, apresentadora na 102,9 e 98 FM

Para deixar a vida mais leve e serena

Simone Demolinari
Publicado em 27/10/2022 às 06:00.

Estar vivo é ter que lidar com os altos e baixos, dores e alegrias, mas mesmo com algumas condições forçosamente impostas, podemos, através de algumas atitudes, tornar nossa jornada mais leve e serena, tais como:

Livrar-se da necessidade de estar sempre certo: há um ditado que diz: “É melhor ser feliz do que ter razão”, mas nem sempre conseguimos colocar isso em prática. Desfazemos relações, amizades, parcerias simplesmente pelo fato de o outro pensar diferente de nós. Somos intolerantes às escolhas alheias e queremos convencer as pessoas de que nosso lado é o certo. Essa rigidez pesa as relações. 

Abandonar o hábito de se comparar: a comparação é fonte geradora de sofrimento. Não existe lado bom. Se eu me comparo ao outro e me sinto inferior, há sofrimento e, por vezes, inveja. Se me sinto superior, isso reforçará em mim a vaidade e o orgulho, sentimentos opostos à felicidade. Sem contar que sempre será preciso que o outro fique pior para eu me sentir superior. Não há ganhos, só perdas. Aqueles que buscam vida leve devem se comparar a si mesmos e, a partir daí, avançar naquilo que desejam.

Deixar de olhar para o próprio umbigo: muitas vezes damos importância exagerada a nós mesmos. O egocentrismo nos faz megalômanos: sentimos como se o mundo girasse ao nosso redor e acreditamos que somos mais importantes do que realmente somos. Com isso, nos ofendemos quando o outro não nos trata conforme achamos que merecemos. Uma afronta ao ego. 

Motivação à partir de estímulos internos: quando nossa motivação (motivo para ação) é interna, significa que a combustão do sentimento que nos move tem bases reais. Ao passo que, quando é externa, torna-se mais vulnerável. Exemplo: aquele que quer parar de fumar para preservar a saúde tem muito mais chances de êxito do que aquele que quer largar o cigarro para agradar o cônjuge. 

Abandonar o vitimismo: não tem como deixar a vida leve sendo vitimista. Mas é importante diferenciar: vítima é a pessoa cuja fraqueza foi explorada; vitimista é aquela que, para justificar sua infelicidade, estagna na reclamação e culpa o outro pelo seu sofrimento. Pessoas com boa autoestima podem até ser vítimas, mas jamais se tornam vitimistas. Viram o jogo e são mestres em “transformar o limão em limonada”. O vitimismo pode até ser vantajoso num primeiro momento, pois comove pessoas, mas em termos de evolução, não contribui em nada. Aliás, só piora. 

Deixar de se sentir ofendido: não se ofender é fundamental para a leveza da vida. Reza a lenda que certa vez um aprendiz se dirigiu ao Samurai e perguntou: - “mestre, como o senhor pode suportar tanta ofensa sendo que possui uma espada e sabes que podes vencer qualquer luta”? E o samurai respondeu: - “se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente”?. “A quem tentou entregá-lo”, respondeu o aprendiz. E o mestre continuou: - “o mesmo vale para as ofensas e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo”. 

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