É fato que a vida nos grandes centros é cheia de situações promotoras de estresses: trânsito, tempo de locomoção, dificuldade em estacionar, senso de urgência. No ambiente de trabalho, permanentes cobranças, carga horária exaustiva e muitas vezes ambiente profissional hostil. Na vida pessoal somos submetidos a agendas sociais de eventos, festas e aniversários a que nem sempre estamos dispostos a ir, nos deixando, muitas vezes, ainda mais cansados. A vida é tão cheia de compromissos que o tempo livre é cada vez mais raro e valorizado.
Mas se faz importante uma reflexão: nem sempre são as nossas agendas assoberbadas que nos exaurem, e sim a nossa parte mental que pensa, imagina, teme, imagina situações, frustra, critica, julga, sente raiva, tudo isso no ambiente mental. Por meio do nosso pensamento produzimos sentimentos e emoções que nem sempre são de boa qualidade.
A mente é uma máquina de pensar que se torna um importante dreno de energia psíquica, jogando no nosso corpo severas substâncias de estresses. Pensar cansa e até adoece!
A vida agitada do dia a dia, por si só, não é o que nos estressa, e sim as nossas emoções, que derivam da má qualidade dos nossos pensamentos.
Além do turbilhão de pensamentos, é importante observar para onde transita nosso fluxo mental. Numa percepção mais apurada conseguimos perceber que quase nunca estamos com a mente no momento presente; ora ela transita pelo futuro, gerando ansiedade e tentativa de controle, ora no passado, remoendo angústias, dores e sentimento de culpa.
O grande desafio é trazer os pensamentos para o presente, mas isso não basta. É preciso ação, pois se mantivermos a mente no momento presente e o corpo não acompanhar, isso resultará numa procrastinação. É quando a pessoa fica estagnada pensando que precisa fazer o trabalho da escola, precisa arrumar a casa, precisa terminar o relatório mas não coloca nada em prática. Vale ressaltar que a procrastinação é uma fonte geradora de ansiedade, o que vai produzir outras emoções, como por exemplo sensação de fracasso. Um verdadeiro caos mental.
Todos os três estágios mentais - futuro, passado e presente - sem ação são situações que geram respostas emocionais negativas para nosso corpo, nos deixando uma sensação de exaustão.
O que fazer com esses pensamentos caóticos e intrusivos?
Muitos recorrem às medicações que “sossegam” o fluxo mental. Uma medida eficaz a curto prazo, mas com consequências negativas ao longo do tempo. Em função disso, formas alternativas têm sido buscadas e uma delas é a meditação - meditar nada mais é do que manter a atenção no momento presente e desvincular de distrações e pensamentos.
É importante ressaltar que meditar vai além da forma clássica: sentado, posição de lotus, olhos fechados e mãos sobre os joelhos; antes disso podemos tentar nos manter em "estado meditativo” - isso significa sair do “piloto automático” e ter maior controle sobre o estado mental. Um bom começo pode ser tentar diminuir as distrações e aumentar o foco nas atividades importantes. Organizar o dia através de listas de ações. Se propor a ser mais realizador que idealizar. Estar presente na atividade que estamos executando é fundamental para não esquecermos onde deixamos chaves, telefones, tickets de estacionamento e até o carro.
Manter a mente no presente e em ação nos poupa de pensamentos inúteis, doenças mentais, preocupações, emoções negativas e nos permite ser mais relaxados e menos exaustos. Vale a pena tentar!