A depressão é uma doença séria, que drena a alegria de viver, interfere na rotina do dia, na capacidade produtiva de trabalho, sono, alimentação e estado de ânimo de uma maneira geral. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%.
Diagnosticar um quadro depressivo requer uma investigação cuidadosa pois os sintomas variam de acordo com a gravidade e com outras condições associadas, mas como sinalizador da doença podemos ficar atentos a alguns comportamentos:
- Estado de ânimo baixo: deixar de fazer coisas que antes eram agradáveis, como sair, encontrar amigos.
- Oscilação humoral: ora feliz, ora triste, intolerância, impaciência, incapacidade de tolerar pequenos aborrecimentos, nervos à flor da pele.
- Choro fácil: fragilidade emocional e dificuldade em segurar o choro.
- Medo: sensação de medo irracional como sair de casa, andar na rua, sensação de angústia constante. Se se sente seguro dentro de casa.
- Irregularidade do sono: sono de má qualidade e acordar com a sensação de cansaço. Dificuldade para dormir, insônia primária. Dorme fácil, mas desperta na madrugada, insônia secundária ou sonolência excessiva, hipersonia.
- Autoimagem prejudicada: sensação de incapacidade perante a vida, de inutilidade, sensação de que é a pior pessoa do mundo e todos são melhores e mais interessantes.
- Pensamentos negativos: pessimismo, tristeza, ideias que contemplam sempre para o pior cenário, pensamento de morte - não necessariamente suicídio, mas um desânimo tão grande de viver que o desejo de morrer surge como um alívio para as dores.
- Improdutividade: anda em círculos: não produz como deveria, vai à academia mas não faz ginástica, fica na frente do computador mas não executa o trabalho, folheia o livro mas não lê nem um parágrafo.
- Concentração e memória: notoriamente prejudicados.
A depressão é uma doença da alma e pode estar ligada a vários fatores: genético, biológico, psicológico e ambiental. Mas a forma como levamos nossa vida interfere, e muito, para a produção ou a cura desse transtorno em nós.
Devemos ficar atentos, pois o mundo moderno é um convite à doença mental. Somos bombardeados de notícias ruins, estimulados a sentir medo, a nos compararmos com os melhores, a sermos melhores que eles, a trabalhar exaustivamente. O resultado disso é um imediatismo irreal, irritabilidade constante, intolerância a frustração e uma compensação dessas dores através dos prazeres vazios como internet, televisão, consumismo ou prazeres autodestrutivos como álcool, drogas, comidas.
Aos que buscam se libertar do problema um bom começo pode ser uma investigação honesta sobre o que precisa mudar, movimentar nessa direção, juntamente a isso cuidar do corpo, da alimentação, zelar pela qualidade de sono, fazer exercícios físicos diário, conviver com pessoas positivas e edificantes, romper laços nocivos, evitar prazeres vazios ou autodestrutivos, aprimorar a disciplina e reforçar a conexão espiritual.
Sair de um quadro depressivo é possível. Aos menos resistentes, a ajuda profissional é bem vinda, não podemos viver negando algo que nos prejudica tanto.