Há pessoas perceptivelmente sociáveis, extrovertidas e hábeis na arte de se relacionar, enquanto outras se sentem inadequadas quando estão no convívio social. Isso se deve, às vezes, por opção: não sentem prazer na convivência, não acham graça em sentar numa mesa e “jogar conversa fora”; preferem atividades solo e uma vida mais reservada; vivem muito bem consigo e em meio a livros, filmes e outras atividades prazerosas.
Já outras adorariam se relacionar e ter muitos amigos, mas sentem um enorme desconforto na presença de mais pessoas. Isso pode estar relacionado a traumas, medos, fobias ou vergonha.
A fobia social ocorre quando o indivíduo sente um intenso desconforto que deriva do medo da avaliação alheia. Trata-se de uma preocupação excessiva e muitas vezes manifestada em sintomas físicos (gagueira, vermelhidão no rosto, suor, respiração ofegante, taquicardia). Uma espécie de estado de alerta constante.
Como resultado, o indivíduo começa a ter uma postura evitativa. Evita lazer e situações que exijam exposição social, como festas, restaurantes, eventos. O sofrimento provoca pensamentos catastróficos com vislumbre de situações ameaçadoras ou negativas. A fobia social pode ocorrer em situações rotineiras como ir ao supermercado, entrar numa loja, ir ao shopping, etc. O encontro com outras pessoas (inclusive estranhos) é tão desconfortável que o fóbico geralmente anda de cabeça baixa para se “proteger” e diminuir o desconforto social.
Já na timidez, que é bem menor que a fobia, mas também é incômoda, o indivíduo sente uma vergonha que o inibe de interagir ativamente como ele gostaria. A timidez deriva do medo de ser julgado, de ser alvo de deboche, ironias, críticas e rejeição. O tímido teme não agradar, não ser bem visto e muitas vezes se sente inadequado e inferior, embora saiba racionalmente que não é. A maioria dos tímidos não gostaria de sentir essa inibição. Pensa que sua vida seria mais leve sem a presença desse desconforto.
Existe também a agorafobia, que é um medo de multidões e espaços abertos. Muitas vezes essa fobia é associada à síndrome do pânico, pois ambas têm sintomas parecidos. O agorafóbico teme a multidão não por medo das pessoas, mas por medo de que não consiga sair do meio dela caso venha a se sentir mal. Há uma insegurança que deriva da falta de estrutura como um banheiro, por exemplo.
E, por fim, temos a misantropia, que não tem a ver nem com timidez nem com fobia social, mas sim com uma aversão gratuita à raça humana. Os misantropos sentem raiva de gente com quem nunca conviveram, tomam antipatia só de ouvir falar de alguma pessoa e não fazem questão nenhuma de conhecer e nem de interagir com ninguém. Não gostam da companhia de outros humanos, talvez porque, ao longo da vida, foram vítimas de situações que geraram traumas e mágoas. Isso fez com que ele perdessem a confiança e o prazer de se relacionar com as pessoas.