Cada vez mais tem se atentado para a necessidade de cuidar da saúde mental. Não é à toa que há grande adesão à terapia atualmente; um cenário bem diferente de dez anos atrás, em que a mentalidade era: “terapia é coisa para doido”. Atualmente, o pensamento é: “preciso de ajuda para fortalecer meu psicológico”.
Embora ainda exista muito preconceito, a terapia tem sido objeto de respeito e busca não só de mulheres, como muitos pensam, mas de ambos os sexos.
As queixas no divã são inúmeras, porém algumas aparecem com mais frequência:
“Como dominar as emoções? Meu racional sabe que não é bom, mas meu emocional insiste em querer diferente”.
Unir o racional ao emocional depende de maturidade, autoestima e força de vontade. A luta contra a vontade, muitas vezes, se sobrepõe à razão num impulso quase que involuntário. A possibilidade de fracasso é grande se não houver uma constante vigilância e um fortalecimento da autoestima. É preciso força para vencer esse cabo de guerra que se instala dentro de nós. Os vitoriosos saem muito fortalecidos.
“Preciso vencer a compulsão”. Na mesma vertente acima, há o desejo de vencer as compulsões: alimentar, vícios em álcool, drogas e comportamentos autodestrutivos. A grande dificuldade dessa luta reside no prazer imediato que esses hábitos fornecem. Mesmo constatando os prejuízos, o prazer costuma ser maior. Há uma frase Freudiana que resume bem isso: “quando a dor é maior que o ganho, o indivíduo muda”.
A coisa muda quando essa conta inverte. Nasce aí uma energia extra para lutar contra essa força. Muitos são os vencedores, e é uma vitória muito gratificante.
“Quero terminar o que eu começo”. Quando se inicia algo como ir à academia, estudar nova língua ou até um novo relacionamento, há uma empolgação que deriva do novo. Mas esperar que essa empolgação dure para sempre não deixa de ser uma imaturidade. Manter o foco nos objetivos depende do exercício da disciplina, um compromisso que vai além da empolgação. Uma responsabilidade para consigo mesmo.
“Preciso terminar uma relação que não me faz bem, mas não consigo”. Quem está de fora não consegue entender como é difícil se desvencilhar de uma trama perversa que é a relação doentia. O olhar externo traz uma praticidade irreal: “não está feliz, termina”.
Se fosse simples assim o alcoólatra largava o álcool, o tabagista, o cigarro, e o dependente químico, a cocaína. Vínculos afetivos doentios aprisionam o dependente emocional, às vezes, uma vida inteira. Muitos são os que buscam ajuda para conseguir desvincular dessa prisão torturante disfarçada de amor.
“Sou muito exigente comigo mesmo”. Levar a vida com mais leveza significa lidar com mais naturalidade com erros, fracassos e frustrações naturais da vida. Nem sempre as coisas são conforme idealizamos. Em muitos casos, somos acometidos por situações que saem do nosso controle. Os mais perfeccionistas sofrem muito com isso, pois cobram de si uma condição ideal que nem sempre é possível obter. Quem administra com mais docilidade os altos e baixos da vida desfruta um maior estado interno de serenidade - sinônimo de felicidade.