No mês de prevenção ao câncer é importante falar sobre emoções que intoxicam e contribuem para o surgimento de muitos problemas.
Até há pouco tempo pensávamos que as toxinas acumuladas em nosso corpo vinham apenas da nossa alimentação. Atualmente é sabido que as nossas emoções podem nos envenenar de forma letal. Portanto, a quem busca uma boa saúde física convém dar toda atenção à saúde mental. Nosso corpo incorpora nossas emoções promovendo cura ou fabricando doenças, afinal, somos aquilo que sentimos.
Nesse processo de amadurecimento, é fundamental o desenvolvimento da inteligência emocional, tanto para nos livrar daquilo que é nocivo, quanto para nos blindar de não ingerir venenos emocionais.
Dentro da minha experiência destaco três emoções que considero comprometedoras do bem-estar e da saúde emocional de uma pessoa. São elas:
Sentimento de raiva
Nosso corpo fabrica toxinas e as joga em nossa corrente sangüínea cada vez que sentimos raiva. Para impedir que fiquemos completamente intoxicados, nosso corpo começa a trabalhar no intuito de limpá-las. Conclusão: nos sentimos exaustos, esgotados e muitas vezes nem o sono parece ser reparador. Ao longo dos anos a fatura cobrada pode ser até mais alta que o sentimento de fadiga, podendo chegar a um quadro de depressão, crises de ansiedade ou doenças físicas de pele, gastrite e até diagnósticos mais graves como doenças autoimunes ou câncer. Precisamos desenvolver a capacidade de lidar com as questões adversas da vida. Viver em estado de indignação ou desenvolver ruminação mental em nada contribui –ao contrário.
Sentimento de culpa
A culpa é uma das emoções mais negativas, pois é uma tortura mental. Ela nos aprisiona a uma autopunição que não serve para nada a não ser para eu garantir, para mim mesmo, que sou uma pessoa boa. A culpa é injusta e impiedosa; não distribui o débito a todos os devedores. Ao contrário, atribui a uma única pessoa o peso de toda a dívida. Uma maneira de trabalharmos a eliminação desse sentimento é mudarmos a perspectiva: ao invés de paralisar na autocensura é melhor focar na experiência aprendida - usar o erro para crescer, não para se autopunir. Ressignificar o ocorrido como aprendizado, deixando o passado para trás e determinando uma nova forma de agir. A praticidade da ação limpa o sentimento de culpa.
Sentimento de mágoa
É a incapacidade de se libertar do passado. Uma prisão que mantém viva a conexão com quem, por vezes, nem se lembra mais do prejuízo que causou. Ou seja, é um sentimento que prejudica apenas quem sente. É um dreno de energia psíquica, além de fonte constante de amargura. Mais inútil, impossível. A vida melhora substancialmente quando praticamos o perdão não só àquele que nos lesou, como também a nós mesmos pelos nossos equívocos cometidos.
Viver no limite das emoções acreditando que tudo que é bom depende de você, muitas vezes com os nervos à flor da pele, fingindo que está tudo bem, mas por dentro uma bomba-relógio prestes a explodir, não é nem um pouco benéfico para a saúde. Dada a rapidez e finitude da vida, nos compete lutar pela boa qualidade dela, e dessa forma, administrar bem nossas emoções.