Pode soar estranho, mas algumas pessoas são viciadas em sofrer. Não conseguem estar satisfeitas com nada e estão sempre em busca de algo para problematizar e assim se manter no sofrimento e na reclamação.
Queixar-se das circunstâncias é um mau hábito que pode se tornar um traço marcante da personalidade de uma pessoa. O “reclamão” é um indivíduo negativo e mal- humorado que geralmente não faz nada para mudar e ainda se coloca na condição de vítima. Reclamar é uma maneira de se vitimizar, pois há sempre um culpado para seu sofrimento.
A dinâmica é difícil de ser compreendida, pois, via de regra, as pessoas buscam para si uma condição de paz e tranquilidade, mas nem todos prezam por isso. Algumas pessoas interpretam a paz como tédio e tratam logo de “movimentar” a vida tumultuando as outras pessoas. Não suportam a calmaria da tranquilidade e por isso sabotam a serenidade com conflitos.
A carência emocional também pode ser demonstrada através de condutas conflituosas, onde o indivíduo arruma uma forma torta de buscar amor através de confusão. Quer receber carinho e atenção, mas faz da pior forma possível, muito semelhante ao comportamento da criança que, quando quer atenção, pega uma birra.
Há também quem goste de conflito pela natureza perversa da própria personalidade. Se alimenta da confusão e do tumulto que promove. Nunca admite um erro; ao contrário, se acha sempre certo e manipula a situação virando o jogo e fazendo com que os outros se sintam mal e devedores. Já ele, o causador do problema, fica como vítima. A atmosfera é sempre de tensão, onde o ruim passa a ser bom e o bom passa a ser o culpado.
Seja por esses ou outros motivos, é importante ter em mente que sofrimento, reclamação e atrito são condutas viciantes que se desenvolvem à espreita e despem o afetado de autocrítica, fazendo com que todos percebam sua natureza conflituosa, menos ele.