Tio FlávioPalestrante, professor e criador do movimento voluntário Tio Flávio Cultural.

Conhecimento e relacionamento

07/06/2018 às 21:04.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:29

 Ao começar o Tio Flávio Cultural, em 2010, a ideia ainda míope desse movimento era suprir uma carência em Belo Horizonte de ter eventos como palestras, oficinas e workshops de alto nível, porém com custo zero para todas as pessoas que quisessem se inscrever. As faculdades promoviam, como ainda o fazem, palestras gratuitas para os seus alunos, mas que muitas das vezes não eram abertas à participação de quem estivesse fora da academia.  Havia um evento realizado pela Bolt Brasil, chamado Quinta Digital, que foi bem inspirador à época, além do Sempre um Papo, voltado para a literatura. O nosso primeiro evento teve 120 inscritos e 80 presentes. A partir daí foram acontecendo de três a quatro eventos mensais, lotando os auditórios que nos eram cedidos por faculdades, empresas (como a Templuz, que foi grande parceira), shoppings e entidades, como Senac. O que contribuiu para o sucesso das palestras do Tio Flávio Cultural foi o excelente nível de conhecimento dos palestrantes e quem mais ganhava era o público, com o acesso ao conteúdo e network.De lá pra cá, em menos de oito anos, muita coisa mudou. Os conteúdos digitais ganharam força, as faculdades abriram as portas para quem estava de fora, muitas entidades promovem e divulgam amplamente eventos abertos à comunidade. No entanto, muitas pessoas e empresas de Belo Horizonte têm uma inclinação para pagar cursos “lá fora” e não se engajar quando há “aqui dentro”. Outro problema é a cultura horrível que precisa ser combatida em eventos gratuitos com inscrições antecipadas: a ausência. Ninguém é obrigado se inscrever num evento, mas a partir do momento em que se prontificou a participar, aí sim isso deveria virar um compromisso. Quem tem a chance de participar de um evento, pago ou não, deveria abraçar a oportunidade, sugar o conhecimento ofertado, conhecer pessoas, trocar ideias, compartilhar saberes e se dar ao direito de não parar no tempo. Busque informações sobre o que está acontecendo e não deixe de participar. Relacionamento são pontes e o conhecimento é melhorar a forma do caminhar. 

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