A maquiagem está feita, a roupa devidamente vestida e lá vão eles, os palhaços, para conversarem e alegrarem uma ala de hospital. Essa é uma tarefa difícil e precisa de muito treino e habilidade.
Ao encerrarem suas aulas em escolas particulares, voluntários sobem o morro de um aglomerado para um terceiro turno de trabalho, agora voluntário: um pré-Enem para os moradores da comunidade.
Devido ao rompimento da barragem em Brumadinho, muitas pessoas se dispuseram a ajudar. E ajudaram muito, como podiam. Uma ONG, nascida em Belo Horizonte, resolveu se instalar por lá, para ficar mais perto daquelas famílias e apoiá-los.
Uma jovem recebeu a notícia do câncer de mama, tratou-se em um hospital da capital mineira, está curada e semanalmente vai até o mesmo hospital para servir um café da manhã, oferecer um abraço e uma acolhida para quem sai de casa tão cedo para a quimio ou radioterapia.
Um grupo imediatamente se une virtualmente e cria uma plataforma de arrecadação de cestas básicas. Estabelece uma meta e vai batendo sistematicamente: seis vezes a mais a meta inicial. Famílias de todos os cantos de Belo Horizonte recebem esse alimento, antes mesmo do governo criar sua política de distribuição de benefícios devido à pandemia.
Pessoas, grupos e iniciativas sociais que se unem para oferecer marmitas quentinhas, água, sabonetes e shampoos para a população de rua, sem esquecer de levar a ração para os cães.
E uma ONG que cria um movimento para chegar até os alunos de escolas públicas, para que eles mesmos criem campanhas para informar, numa linguagem bem direta e acessível, às comunidades sobre o risco da contaminação.
Antes, durante e, provavelmente, após a pandemia eles estarão ali, fazendo um trabalho essencial, voluntário, solidário, humano. Conhecem as pessoas pelos nomes, histórias. Chorando, sorrindo, celebrando conquistas e perdas juntos.
Essas e outras diversas iniciativas de voluntariado de Belo Horizonte se uniram em um grupo de aplicativo para se apoiarem, discutirem o futuro do voluntariado, compartilharem conhecimento, doações, indicações, relatos.
Não é um grupo fechado, pelo contrário. Ali não se defende religião nem partido, pois não é essa a sua finalidade. Está aberto a outras iniciativas com propósitos semelhantes que queiram se juntar nesse compartilhamento.
Para homenagear todos os voluntários desse país, essas iniciativas sociais gravaram um vídeo declamando um texto chamado “A vida”, de Bert Hellinger, que circula pela internet com texto criado pelo grupo, que fica aqui como homenagem a todas as pessoas que entendem que o sentido do voluntariado anda lado a lado com o significado da sua própria vida: video disponível no instagram @tioflaviocultural.