Bruno Fernandes deve ser "goleiro dele mesmo" de acordo com o advogado que defende o réu acusado de ser o mandante da morte da modelo Eliza Samudio. A afirmação de Tiago Lenoir foi dada nesta terça-feira (5), segundo dia do julgamento do atleta e da ex-mulher dele Dayanne Rodrigues, depois que foi concedido pela juíza o intervalo para o almoço.
Segundo Tiago Lenoir, o depoimento da prima do goleiro, Célia Aparecida Rosa Sales, foi positivo. Segundo ele, a mulher é a única testemunha que, de fato, presenciou os fatos em maio de 2010 no sítio de Bruno, em Esmeraldas, na Grande BH. A partir do depoimento de Célia, o advogado acredita que a imagem do atleta como um homem "humilde" e que sustentou toda a família durante muito tempo. E que, além disso, Bruno em nenhum momento renegou o filho com Eliza Samudio. Prova disso, segundo Tiago Lenoir é o fato de Dayanne e Célia terem cuidado do garoto na ausência de Eliza Samudio.
O defensor do goleiro prometeu ainda "declarações fortes e com clareza" do goleiro Bruno Fernandes. A expectativa é de que o atleta seja ouvido ainda nesta terça-feira, na parte da tarde. Segundo Lenoir, Bruno está disposto a contribuir, mas que deve usar do direito de se manter calado ao ser questionado pela acusação. "Ele vai trazer fatos novos e eu o orientei sobre os pontos positivos e negativos disso", afirmou o advogado.
Sobre a possível confissão do goleiro Bruno Fernandes, o defensor desconversou e afirmou apenas que "não pode colocar palavras na boca do Bruno, mas que dependendo do que ele falar, a estratégia da defesa pode mudar".
Entenda o caso
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.
Acusado de homicídio triplamente quaificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, o goleiro Bruno está sendo julgado esta semana. Segundo a acusação, o atleta seria mandante do crime. Além dele, está sendo julgada também sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que responde por sequestreo e cárcere privado.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", é acusado de matar Eliza Samudio. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento de "Bola" está marcado para ocorrer no dia 22 de abril.
O ex-policial, o goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro do ano passado, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão e Fernanda a cinco no regime aberto.
Além deles, ainda serão julgados o ex-caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vítor da Silva e o motorista do atleta, Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha". Os réus respondem por sequestro e cárcere privado e devem ser julgados em 15 de maio.