Otimismo começa no shopping e chega ao campo

Jornal O Norte
06/12/2005 às 11:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:55

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Boas novas para este e para o próximo ano na região. Com a intensificação das chuvas e a chegada do Natal, consumidores e produtores aproveitam para tirar o melhor que a terra e o gado dão. Há ainda a possibilidade de a estrada real ser concluída em 2006.

As informações são de que os 15 quilômetros restantes da estrada da produção sejam concluídos no ano vindouro. Conforme relata o deputado Arlen Santiago, o governador Aécio Neves teria garantido que licitará recurso para construção de três pontes nesse trecho e que retomaria a obra de continuação da obra que foi parada. Foram construídos cerca de dois terços da estrada, mas o governo do estado ainda deixou em aberto o contrato com a Jalk, empresa que é responsável pelo asfaltamento.

O departamento de obras públicas estima, segundo Arlen, que seja gasto aproximadamente R$ 1,5 milhão. Em contrapartida, está tramitando na assembléia legislativa um projeto de lei que pretende mudar a estrada real para domínio do estado, já que ela é de responsabilidade do município.

Nesse período chuvoso, o problema é também com os buracos nas estradas, o que provavelmente acaba doendo no bolso do consumidor.




(Foto: Adriano Madureira)

SETOR DO COMÉRCIO

Os lojistas de Montes Claros estão contando com uma rentabilidade tamanho família para este Natal e nada melhor do que inovar, seja na criatividade das vitrines para atrair os fregueses ou na hora de descontos que atraem pessoas de longe.

A gerente de marketing do Montes Claros Shopping Center, Claudine Beatriz do Rosário, diz que os lojistas estão no auge do entusiasmo graças aos resultados obtidos na venda de seus produtos antes mesmo da chegada do Natal. Será que as chuvas estão soprando a favor dos montes-clarenses?

Os cálculos já apontam um crescimento de 24% de aumento no faturamento em relação ao mesmo período no ano passado, sendo que o fluxo cresceu em 35% e cerca de 30% das lojas bateram a meta antes mesmo de o Natal chegar, como é o caso do Bretas.

- O Natal veio mais cedo para o comércio. Talvez isso se deva ao fato de os lojistas terem antecipado a arrumação de suas vitrines. Tivemos um público de oito mil pessoas na chegada do Papai Noel no Shopping, número que já dá mostra do fechamento de bons negócios neste fim de ano.

O Shopping tem aproximadamente 56 operações em funcionamento. Em 2006, segundo a gerente de marketing, mais duas lojas serão abertas, uma delas é a Hary´s, uma loja de brinquedos que disputa o segundo lugar no ranking de vendas desse setor. Há ainda um ambiente criado exclusivamente para deixar os homens à vontade. É isso mesmo. Como forma de oferecer conforto aos clientes, foi criado uma sala para que os homens e as crianças fiquem à espera das esposas e das mães que demoram em fazer as compras. Nessa sala, o cliente poderá assistir TV a cabo e se deliciar com algumas guloseimas. Tudo para impressionar.

AGRONEGÓCIOS

É comum, nesta época do ano, ver plantações de milho, abóbora e mandioca.

O agronônomo da Emater regional, Marcos Eugênio Sampaio, diz que os produtores familiares se preparam nesta etapa para aproveitar o bom momento da chuva, e também plantar cana de açúcar. Boa parte da produção de cana vai parar no processo de feitura da silagem ou ração para animais.

Outras plantações também começaram no Norte de Minas, especialmente na Serra Geral. Foi o plantio da mamona e do pinhão manso, para obtenção do biosiesel, projeto em que o governo tem apostado suas fichas. Só para o plano safra 2005/2006, disponibilizou cerca de R$ 9 bilhões, sendo que esse recurso foi distribuído por meio de programas de incentivo à agricultura familiar. 

Mas o Brasil está em alerta no combate à febre aftosa e à gripe aviária. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, comunicou há alguns dias que a preocupação do governo com a gripe aviária deve-se à excepcional capacidade empresarial do setor avícola nacional, que até setembro deste ano já havia exportado cerca de US$ 2 bilhões para 142 países. Lembrou que é impressionante o crescimento da produção de frangos e derivados no país. De 1995 a 2005, esse crescimento foi de 162%.

PERDA TEMPORÁRIA

Os exportadores brasileiros de carne calculam em US$ 1,5 bilhão os prejuízos causados pelo embargo ao produto declarado por mais de 30 países por causa de um foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. A perda temporária desses mercados repercutirá também numa substancial redução das previsões oficiais sobre o valor das exportações de produtos agrícolas brasileiros em 2005. No pior dos cenários, as previsões iniciais apontavam um crescimento de 10,2%, mas agora chegarão a 6,4%.

Segundo a CNA - Confederação nacional da agricultura e pecuária do Brasil, as vendas ao exterior do setor deviam reportar US$ 43 bilhões em receita, mas, com a perda de US$ 1,5 bilhão calculada pelos produtores de carne, a previsão cai para US$ 41,5 bilhões.

A indústria agroalimentar brasileira exportou no ano passado US$ 39 bilhões, US$ 6,2 bilhões correspondentes à venda de carne e de seus derivados, US$ 2,5 bilhões procedentes das exportações de carne de suíno, confirma a CNA.

Por enquanto, os produtores norte-mineiros continuam a comercializar o gado com a região do Triângulo mineiro sem restrições, de acordo com o Sindicato rural de Montes Claros.

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