Pacote federal tentou forçar vendas da Cemig e da Gasmig

21/12/2016 às 20:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:10

Usada pelo secretário de Governo, Odair Cunha, a frase é do governador Fernando Pimentel. “Se a proposta de Meirelles fosse aprovada, seria melhor entregar a chave do Estado para o ministro da Fazenda”, disse o governador, impactando o alto comando da PM e representantes de associações de policiais, em reunião na qual foram pedir apoio contra pontos do Projeto de Lei Complementar (PLP) 257, que renegocia as dívidas dos estados. Ele referia-se ao ministro Henrique Meirelles, que fez reincluir, no PLP, o chamado ‘pacote de maldades’ afetando servidores e a autonomia dos Estados.

De acordo com o pacote, aos servidores civis e militares, ficariam congelados reajustes, concursos, promoções e alterava o tempo de aposentadoria dos policiais (hoje, de 30 anos). Daí, o movimento que ganhou as ruas e os quartéis, com apoio até de oficiais. No campo dos Estados, estatais seriam privatizadas, restrição de publicidade oficial, entre outras. As estatais Cemig e Gasmig eram as primeiras da lista das imposições do ministro para que Minas aderisse à renegociação.

O que o técnico Meirelles não contava é que, do outro lado, havia gente fazendo política. Por sua posição delicada, de petista e amigo pessoal da ex-presidente Dilma Rousseff, destronada pelo atual, Pimentel manteve e foi porta-voz de negociações diretas e reservadas com o presidente Michel Temer, ao lado dos governadores Pezão, do Rio, e Ivo Sartori (Rio Grande do Sul), justamente os três que decretaram a calamidade financeira. Ao contrário dos dois primeiros, Pimentel o fez antevendo a aprovação da renegociação e, como eles, ganhou a suspensão do pagamento da dívida por três anos.

Temer cedeu aos argumentos e acabou por não cobrar de seu partido fidelidade integral. O PMDB deu o maior número de votos favoráveis à retirada das contrapartidas ao socorro dos Estados. Dos 66 deputados, a maior bancada da Casa, 47 foram contra as exigências. O PT deu outros 40. O PSDB apoiou, mas no Senado foi contra. Valeu ainda a proximidade de Pimentel com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de quem é amigo pessoal. Tanto é que apoiou a eleição dele, e possível reeleição, na Câmara, por meio da bancada federal mineira, incluindo a de seu partido, o PT.

Nova Cemig quer vender empresas
Conforme adiantei aqui ontem, o ex-diretor da Cemig Bernardo Alvarenga vai assumir o comando da estatal com o objetivo de dar respostas mais rápidas ao maior problema do estado: fazer caixa. A meta era cobrada ao ex-presidente Mauro Borges, amigo pessoal de Pimentel e tido como “imexível” até então, que tinha estilo mais conservador, no sentido de melhorar a rentabilidade das próprias empresas do grupo. 

Já os conselheiros da Cemig e secretários de Pimentel, Helvécio Magalhães (Planejamento), Afonso Bicalho (Fazenda) e Marco Antônio (Casa Civil), tinham visão diferente. Defendiam a venda das empresas menos rentáveis para melhorar os dividendos do Estado.

Na falta de 13º, bolachas!
O site setelagoas.com.br informou, ontem, que o prefeito da cidade, Marcio Reinaldo (PP), teria dado dois tapas e xingado servidora que reclamou o pagamento do 13º. Quando era deputado federal, em 2012, Marcio deu um tapa no repórter do ex-CQC (TV Band), Felipe Andreoli (assista abaixo).

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