Pampulha já tem 77 novos pedidos de voos

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
26/10/2017 às 22:20.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:25
 (FLÁVIO TAVARES)

(FLÁVIO TAVARES)

 A liberação de voos de grande porte para o Aeroporto da Pampulha já mobiliza as empresas aéreas. Um dia após a decisão do governo federal, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recebeu 77 pedidos de novos voos partindo do terminal.

Até o momento, as companhias que mostraram interesse em retomar as atividades no aeroporto são a Azul, a Gol, a Avianca, além da Passaredo, que já opera no local com voos de pequeno porte.

As 77 solicitações de novos voos estão distribuídas em 23 destinos. As maiores demandas foram para Goiânia, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, com 11, 8 e 7 pedidos de novas frequências, a partir do aeroporto localizado a 9 quilômetros do centro da capital mineira.

Os demais destinos solicitados são Vitória, Recife, Goiânia, Ribeirão Preto, Bauru, Salvador, Presidente Prudente (SP), Natal, Fortaleza, Maceió, Ilhéus, Porto Seguro, São Luís, Belém, Santa Maria (RS), Brasília, Juiz de Fora, Ipatinga, Varginha, Uberlândia, Uberaba e Montes Claros.

Entre as principais companhias que operam no país, a Latam é a única que ainda não apresentou nenhuma solicitação de voo para a Pampulha.
Antes da portaria, somente aviões com até 70 lugares estavam permitidos na Pampulha – como os turboélices ATR, utilizados pela Azul em voos regionais no terminal até o início do ano passado. Hoje, apenas o programa de voos regionais da Codemig opera na Pampulha, além da Passaredo.

Licença Ambiental
Uma das principais alegações de quem é contra a liberação dos voos é a de que o terminal não teria a licença ambiental necessária para tal atividade.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) afirma que a licença ambiental não analisa o tamanho dos aviões, mas a adequação do empreendimento aeroporto à legislação vigente, observando aspectos como emissão de efluentes, supressão de vegetação, entre outros fatores, e que cabe ao governo federal essa decisão (de conceder a licença).
 

BH Airport solicita consulta sobre impacto e pode ir à Justiça

Uma das principais opositoras à liberação dos voos de grande porte no aeroporto da Pampulha é a BH Airport – empresa que administra o Aeroporto Internacional de Confins.
Por meio de nota, a concessionária afirma que diante da potencial ociosidade da infraestrutura aeroportuária e do desperdício de recursos solicitou à Anac que consultasse o Tribunal de Contas da União, para que este se manifeste sobre o efeito da possível ampliação das atividades do Aeroporto de Pampulha.
A empresa ainda revela que está estudando medidas legais da suspensão da portaria até a decisão do mérito da questão.

Governo
Por meio de nota, o governo de Minas informou que a utilização do terminal da Pampulha pelo Estado diz respeito exclusivamente ao Projeto de Integração Regional (Voe Minas Gerais). Em relação a possíveis impactos socioeconômicos, o Estado afirma que não é possível fazer qualquer mensuração até que as mudanças sejam efetivamente concretizadas.
Ajuda à Infraero
Questionado sobre as motivações para a reativação dos grandes voos na Pampulha, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil afirma que a decisão vai no sentido de dar condições para que a Infraero (estatal que administra o aeroporto da Pampulha) continue sendo uma empresa sustentável economicamente e financeiramente.

Kalil defende decisão
Um dos principais defensores da maior utilização do aeroporto da Pampulha é o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS). Questionado sobre a decisão do governo federal, Kalil preferiu adotar um tom conciliador, afirmando que há como viabilizar o Aeroporto da Pampulha sem prejudicar o de Confins.
“Está tendo uma mini histeria sobre isso. Precisamos ir para a mesa. Nós não queremos prejudicar Confins, mas Belo Horizonte é a única capital do país que não tem um aeroporto. Vamos sentar com calma, fazer a Pampulha funcionar, sem atrapalhar a concessionária, empresa privada, que quer ter lucro”, disse.

 

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