(AFP e Arquivo Hoje em Dia)
Semelhanças não faltam. Os dois ostentam nas costas o emblemático número 10. Ambos são baixinhos, habilidosos e considerados gênios com a bola no pé-esquerdo. As diferenças estão no local de nascimento e o comportamento fora de campo. Nascido em Lanús, Diego Armando Maradona é um autêntico falastrão. Adora provocar. Filho de Rosário, Lionel Messi é introvertido e só abre a boca quando perguntado.
Mas quem é melhor? – questionam os brasileiros. Isso mesmo, os brasileiros. Porque para os argentinos não há dúvidas. Mesmo que os números e os títulos individuais e por clubes comprovem que Messi tem rendimento superior, dificilmente ele atingirá o mesmo patamar do compatriota com a camisa albiceleste, ainda que levante a taça domingo, no Maracanã, e atinja o ápice da carreira.
“Maradona é deus. Messi, um messias. Talvez, se ele ganhar o título no domingo, a Argentina possa ter dois deuses e passaremos a ser politeístas”, brinca Facundo Vilas, que está no Brasil com o filho Javier Vilas, de 16 anos, jogador da mesma liga onde Messi deu os primeiros chutes, em Rosário.
Números pró-Messi
Pela Seleção Argentina, Messi já estufou as redes adversárias 42 vezes nos 92 jogos que disputou. Maradona fez 34, em 91. Eleito quatro vezes o melhor jogador do mundo pela Fifa, Messi já ocupa o posto de segundo maior goleador da seleção, atrás apenas de Batistuta, com 56 gols.
Mesmo que Messi consiga ajudar a Argentina a conquistar o tricampeonato em terras brasileiras no fim de semana, não conseguirá tirar o posto de Maradona. Pelo menos é o que dizem jornalistas argentinos que estão no país cobrindo a Copa.
“Quando foi campeão em 1986, Maradona não contava com tantos talentos ao seu lado, como Messi tem agora. O atual grupo de Alejandro Sabella tem outros jogadores decisivos, como Di María e Mascherano, que dão conta quando o Messi não está bem”, compara Ivan Schneider, do Diário Crônica, de Buenos Aires.
Falta o mundial
Para Pablo Ariel, do La Nación, um dos maiores jornais argentinos, Messi dará um grande passo se erguer o troféu domingo, mas ainda precisa de mais.
“Falta para ele esse título que o Maradona conquistou como grande destaque. Ainda assim acho difícil falar que ele se equiparará a Maradona. Em 86, o Maradona foi o grande destaque do time, enquanto Messi tem outros companheiros para dividir a responsabilidade”, justifica.
Apesar de estar satisfeito com a participação de Messi na atual competição, principalmente nos jogos da primeira fase, Pablo garante que o argentino ainda não jogou tudo que pode. “Espero que no domingo ele esteja naqueles dias geniais de Messi”, sonha.