Para avó, Bruninho só sobreviveu porque "não deu tempo de entregá-lo para executor"

Renata Evangelista* - Hoje em Dia
Publicado em 05/03/2013 às 23:40.Atualizado em 21/11/2021 às 01:36.

"Meu neto estava indo para a morte. O que aconteceu é que não deu tempo de entregar ele para o executor". A declaração foi dada por Sônia Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, no fim da noite desta terça-feira (6). 

Ao final do segundo dia de julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues Lopes, ela confirmou que passou mal durante a sessão por causa do "cínismo" do atleta. O mal-estar de Sônia, segundo ela, ocorreu durante a exibição de um vídeo que simulava como ocorreu a morte de sua filha. Após ser medicada, ela retornou ao salão do júri para "acompanhar tudo de perto".
 
Sobre o depoimento de Dayanne, que garantiu que cuidou bem de Bruninho durante o tempo que ficou com ele, Sônia acredita que ela mentiu. A mãe de Eliza disse que quando o neto foi localizado, depois do sumiço de sua filha, ele estava sem fralda e sem mamadeira. 
 
Entenda o caso
 
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje. 
 
Acusado de homicídio triplamente quaificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, o goleiro Bruno está sendo julgado esta semana. Segundo a acusação, o atleta seria mandante do crime. Além dele, está sendo julgada também sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que responde por sequestreo e cárcere privado.
 
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", é acusado de matar Eliza Samudio. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento de "Bola" está marcado para ocorrer no dia 22 de abril.
 
O ex-policial, o goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro do ano passado, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão e Fernanda a cinco no regime aberto.
 
Além deles, ainda serão julgados o ex-caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vítor da Silva e o motorista do atleta, Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha". Os réus respondem por sequestro e cárcere privado e devem ser julgados em 15 de maio.
 
*Com informações de Thaís Mota
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