Paraty triplica efetivo de PMs após tiroteio

Estadão Conteúdo
Publicado em 16/02/2015 às 12:36.Atualizado em 18/11/2021 às 06:02.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) determinou neste domingo (15) que 40 policiais militares reforcem o patrulhamento da cidade de Paraty, onde um tiroteio, durante o desfile de um bloco carnavalesco, resultou em um morto e nove feridos. A decisão foi tomada depois que o prefeito Carlos José Gama Miranda, Casé (PT), conversou por telefone com Pezão.

O desfile no centro histórico da cidade terá agora segurança de 120 PMs, efetivo triplicado em relação ao do início do carnaval. No domingo, já fora anunciado que outros 40 policiais do Batalhão de Angra dos Reis, responsável pelo policiamento em Paraty, reforçariam o efetivo inicial de 40 agentes.

Pezão e Miranda combinaram uma reunião depois do carnaval, no Rio, para discutir a segurança em Paraty. Segundo estimativas da Secretaria estadual de Turismo, 400 mil turistas deveriam passar pelo município, de 39 mil habitantes, entre a sexta-feira de carnaval e o próximo domingo. Miranda contou que Pezão demonstrou preocupação com o incidente na cidade. "O governador imediatamente nos atendeu e falou que ia reforçar ainda mais do que o comandante (do Batalhão de Angra) tinha conseguido", afirmou.

Por precaução, depois do incidente, a prefeitura já havia decidido modificar os horários dos blocos do centro histórico: eles passaram a desfilar de 20h até 0h30, em vez de 21h até 3h. O percurso também foi reduzido e, dos três quilômetros previstos, foi encurtado para apenas um quilômetro. No domingo, após o tiroteio, três dos maiores blocos decidiram não ir para rua, por medo de novos incidentes. Essas agremiações costumam arrastar cinco mil foliões cada, segundo a prefeitura. Já outros quatro blocos de menor porte (que atraem em média mil foliões cada um) desfilaram normalmente.

"(A suspensão do desfile) Foi uma decisão de dirigentes dos blocos. Hoje (segunda-feira) serão seis blocos no centro histórico", afirmou Casé.

Um dos acusados de autoria dos disparos que mataram Emerson de Jesus, de 23 anos, conhecido como Bananinha, foi preso no domingo. Miguel da Conceição Oliveira, de 20 anos, foi levado para a 167ª Delegacia de Polícia (Paraty) e, segundo o titular da unidade, Bruno Gilaberte, confessou o crime. Segundo o delegado, Miguel estava acompanhado no bloco de Denilson Silva da Conceição, o Índio. Os dois eram ligados ao tráfico de drogas e faziam parte de uma gangue rival de Emerson.

A Polícia Civil busca agora Denilson e o comparsa de Emerson, que revidou os tiros de Miguel. O tiroteio deixou mais nove feridos. Segundo a Prefeitura, três feridos seguem internados no Hospital Municipal São Pedro de Alcântara. O estado de saúde deles é estável.


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