
A humilhante eliminação da Copa do Mundo gerou o clamor popular por uma “revolução” na Seleção Brasileira. A repetição de fórmulas que fizeram sucesso no passado provou-se ineficaz, e o momento parece mesmo de mudanças no comando da camisa amarela.
O próximo passo da CBF indicará o caminho dos anos que virão. Muitos defendem a chegada de um treinador estrangeiro e mais “atualizado” com o que acontece no resto do planeta. Mas a solução pode mesmo ser caseira e com origens em Minas Gerais.
Capitão do Atlético vice-campeão nacional de 1999 e atual técnico das categorias de base da Seleção, Alexandre Gallo vem ganhando força nos bastidores para assumir o principal posto de treinador do país. O problema é que o currículo não é dos mais animadores.
O primeiro emprego de Gallo como técnico foi em Nova Lima, dirigindo o Villa Nova, em 2004. Foram somente 20 jogos até a demissão, com nove vitórias, seis empates e cinco derrotas, aproveitamento de 55%.
Depois de peregrinar por clubes brasileiros e de uma passagem discreta pelo Japão, Gallo voltou ao Estado, em 2008, para comandar o clube em que foi ídolo. Mas o amor da torcida alvinegra não foi suficiente para mantê-lo no cargo por muito tempo. Apenas 14 partidas depois de assumir o Atlético, acabou demitido, após uma goleada, por 6 a 1, para o Vasco, pelo Brasileirão. Foram quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas, um desempenho modesto de 38%.
O candidato à vaga na Seleção acumula trabalhos curtos e contestáveis, mas isso não parece ser problema. O presidente da CBF, José Maria Marin, não esconde a admiração por Gallo, quem contratou no ano passado para treinar as categorias de base do combinado nacional.
Nesta quinta-feira (17), o cartola fará um pronunciamento sobre o balanço final da Copa do Mundo, e o anúncio do nome de Gallo vem ganhando cada vez mais força.
Mea-culpa
O ex-coordenador-técnico da Seleção, Carlos Alberto Parreira, admitiu nessa terça-feira (15) que a goleada para a Alemanha, por 7 a 1, no Mineirão, foi “vergonhosa”.
“Não adianta querer negar, foi uma vergonha, maior derrota, está tudo claro e acabou. Isso foi escrito. Quantas vezes, em 100 anos, perdeu de 7? Não vai acontecer uma segunda vez. Foi vergonhoso, desastroso e assimilamos tudo”, disse Parreira, que, no entanto, valorizou o trabalho realizado pela comissão técnica no Mundial.
O processo de renovação da CBF continua. Nessa terça, o diretor de Comunicação, Rodrigo Paiva, que estava na entidade desde 2002, também foi demitido.