Pecuaristas esperam ressarcimento do frigorífico Independência

Jornal O Norte
06/03/2010 às 14:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:22

Janaína Gonçalves


Repórter

Já se passou um ano do fechamento do frigorífico Independência. A maior preocupação agora é dos pecuaristas que esperam o pagamento da dívida que gira em torno R$ 30 milhões, e cujo prazo termina em 31 de março de 2010. Só no Norte de Minas, cerca de 350 esperam ser ressarcidos, num total de R$ 18 milhões.

Foram realizadas quatro reuniões, desde o fechamento das atividades em fevereiro de 2009. Conforme análise do presidente do sindicato rural de Montes Claros, Ricardo Quadros Laugthon, a expectativa é que o pedido de recuperação seja respeitado, assim como o prazo do pagamento da dívida, com a elaboração do plano de recuperação judicial que contemple o pagamento integral e à vista dos créditos devidos pela venda de animais para abate.

- Será priorizado o pagamento dos pecuaristas de até R$100 mil corrigidos pelo Selic - Sistema especial de liquidação e de custódia, com pagamento total. Já para os pecuaristas que têm dívida acima de R$100, será pago em 24 parcelas, sendo as 23 correspondentes a 63,88% do crédito, e a 24ª a 36,12% - afirma.

Laugthon diz ainda que, caso haja a venda do frigorífico, a dívida será paga em 18 vezes, com parcelas mínimas de R$ 1.000.

- Mas, se o frigorífico decretar falência em 1º de abril, data em que acaba o prazo de pedido de recuperação, as chances de os pecuaristas receberem serão mínimas - diz.

As propostas dos credores pecuaristas se baseiam no fato de que os valores devidos aos pecuaristas, no total de R$ 194 milhões, representam apenas 5,6% do montante total da dívida do frigorífico Independência. Cabe lembrar, ainda, que os pecuaristas são agentes econômicos chave no processo de viabilização do plano de recuperação da empresa.

IMPACTOS

O fechamento do Frigorífico Independência causou prejuízo para a economia regional e nacional, com a demissão de 4.800 funcionários em toda a rede no país.

O frigorífico, que atende a uma capacidade de abate de 10.800 cabeças por dia e está presente em sete estado brasileiros e no Paraguai, está de portas fechadas. E as 12 plantas de abate e desossa, três curtumes, três fábricas de charque, cinco módulos de produção de biodiesel, com centros de distribuição em Cajumar, Itupeva e no porto de Santos, comprometidas.

No último trimestre, com o balanço público em 2009, faturou R$700 milhões, mas a projeção da empresa perdeu investimento e as consequências já podem ser sentidas no setor econômico mineiro.

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