Ao menos 33 mortes foram registradas madrugada desta sexta-feira (6), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona sul de Boa Vista, capital de Roraima. A informação é da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado.
Em nota, a pasta diz que a o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar está no local. O governo "esclarece que a situação está sob controle e que o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PMRR (Polícia Militar) está nas alas do referido presídio".
Em outubro, na mesma penitenciária, uma rebelião provocada por briga entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou pelo menos 10 presos mortos. Três das vítimas teriam sido decapitadas, e sete teriam tido os corpos queimados em uma grande fogueira no pátio da unidade.
Todos os mortos seriam integrantes da facção Comando Vermelho, que domina cerca de 10% do presídio. Os outros 90% são controlados pelo grupo rival Primeiro Comando da Capital. Até junho passado, PCC e CV eram aliados na disputa pelo controle do tráfico na fronteira com o Paraguai.
PCC cometeu crimes
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou que o sistema prisional brasileiro vive uma guerra entre facções rivais e que a situação tenha saído do controle após um novo massacre na Penitenciária Agrícola de Boa Vista, em Roraima, que deixou 33 de mortos.
"A situação dos presídios não saiu do controle. é outra situação difícil em Roraima. Roraima já tinha tido problemas anteriormente", disse.
Para o ministro, o episódio ocorrido nesta sexta-feira não é "aparentemente" uma retaliação do PCC à Família do Norte, autor do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
O ministro afirmou que vai viajar a Boa Vista nesta sexta-feira e ainda precisa "pegar mais informações" sobre o caso, mas que, num primeiro momento, as execuções parecem ter sido um "acerto interno de contas".
Em entrevista a uma rádio local, o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel de Castro Júnior, disse acreditar que os crimes tenham sido cometidos por membros do PCC como vingança pelas 56 mortes ocorridas em Manaus realizadas pela Família do Norte, que tem ligações com o Comando Vermelho.
No início da semana, Moraes disse acreditar que o massacre em Manaus não se tratava simplesmente de uma guerra entre facções rivais e que não haveria retaliação do PCC.
As declarações de Moraes foram dadas durante a apresentação do plano nacional de segurança elaborado pelo governo federal nesta sexta. Antes do início das perguntas de jornalistas, ele falou por cerca de duas horas sobre os detalhes das medidas, mas não mencionou o episódio ocorrido na madrugada desta sexta em Boa Vista.
Segundo ele, o diferencial do plano será justamente a cooperação com todos os Estados para solucionar esses problemas.
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