O Cadastro Central de Empresas, pesquisa feita pelo IBGE em 2011, em 5,1 milhões de empresas e organizações formais ativas, públicas e privadas, revela que o salário médio do brasileiro, que era de R$ 1.750 em 2010, subiu no ano seguinte para R$ 1.792, o equivalente a 3,3 salários mínimos. A média em Minas, de 2,8 salários mínimos, ficou abaixo da nacional, apesar do empurrão do setor de eletricidade e gás, no qual se encontra a Cemig, que apresentou a surpreendente média de 10,7 salários mínimos.
Outro ponto que se destaca nessa pesquisa, divulgada ontem, é que o item “Administração pública, defesa e seguridade social” registrou em Minas a média de quatro salários mínimos mensais, bem acima dos 2,9 pagos pelas indústrias de transformação. No entanto, é no serviço público que mais se registram greves em território mineiro.
Anteontem, servidores da Prefeitura de Belo Horizonte decidiram encerrar uma greve de 24 dias por aumento salarial de 22%, aceitando apenas 2% em outubro e 4,2% em novembro, sem desconto dos dias parados. Há certo irrealismo no serviço público.
A diferença entre salários públicos e privados não é exclusividade mineira. Segundo a pesquisa, nas empresas privadas, o salário médio mensal era de R$ 1,59 mil, enquanto na administração pública passava de R$ 2,47 mil. E a administração pública é o terceiro segmento que mais emprega no país, absorvendo 7,7 milhões de trabalhadores. Em primeiro lugar vem o comércio, com 8,5 milhões, seguido da indústria de transformação, com 8,2 milhões.
Os trabalhadores brasileiros com formação superior ganham em média, conforme a pesquisa, 219% mais que os que não têm diplomas de terceiro grau. Estes representam quase 83% dos assalariados no Brasil, embora a participação no mercado de trabalho dos graduados em curso superior venha crescendo – era de 16,5% em 2010 e subiu para 17,1% no ano seguinte.
Também tem crescido a participação das mulheres, que continuam, porém, em posição inferior, tanto em número de trabalhadores (42,3% são mulheres) quanto em salários recebidos. Os homens têm salários 25,7% em média maiores que os das mulheres.
O mais interessante dessa pesquisa do IBGE é a confirmação de que aumentou tanto o número de empregos quanto o salário médio do brasileiro. Entre 2008 e 2011, o salário cresceu 8,7% em termos reais. Ou seja, descontada a inflação do período, no qual foram criados 6,8 milhões de novos vínculos empregatícios.