Pesquisas melhoram agricultura no Norte de Minas

Jornal O Norte
01/08/2007 às 10:50.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:11

Cursos regulares de Agronomia e Zootecnia, além do mestrado em Ciências Agrárias – Produção Vegetal no Semi-Árido, oferecidos pela Unimontes no Campus de Janaúba, vêm contribuindo para a melhoria da agricultura e da pecuária regional. Estão em andamento 32 projetos de pesquisa, desenvolvidos pelos professores/pesquisadores, com a participação de acadêmicos. Esses projetos representam investimentos da ordem de R$ 1 milhão e 341 mil, liberados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig); Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Banco do Nordeste.

Segundo a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Sílvia Nietsche, “os projetos desenvolvidos no campus de Janaúba atendem as demandas regionais, enfocando a produção animal (bovinos, caprinos e aves), a produção vegetal, a agricultura irrigada e as lavouras de sequeiro, além de testarem alternativas para o cultivo de hortaliças e frutas”. Ela observa que as pesquisas também estão sintonizadas com a questão da agricultura familiar, cujo principal objetivo é o de facilitar a vida dos agricultores no semi-árido, amenizando, sobretudo, o problema da carência de recursos hídricos. “Os pesquisadores identificam as falhas no processo produtivo e procuram ajudar os produtores a superarem as dificuldades, com alternativas a baixo custo”, explica a pró-reitora. A meta é eliminar os problemas dentro da cadeia produtiva, visando maior retorno econômico para o produtor.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Segundo o diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET), Marlon Cristian Toledo Pereira, “os projetos de pesquisa em Janaúba, objetivam a aplicação de novas tecnologias de forma racional e integrada, proporcionando o uso sustentável do ambiente”.

Ele lembra que o Norte de Minas é uma região que, historicamente, apresenta baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Por outro lado, nos últimos anos, vem se destacando como pólo produtor de frutas, devido ao incremento da agricultura irrigada. Com isso, surgiram novas demandas para os profissionais de ciências agrárias. “Mas, é preciso que os profissionais da área estejam atentos à questão dos recursos naturais disponíveis, tanto no sentido de aproveitá-los para a melhoria da produção como também para preservar o meio ambiente”, afirma Marlon Pereira.

USO DA ÁGUA

O diretor do CCET chama a atenção para a questão do uso racional da água, “dada a sua importância em todos os níveis da cadeia produtiva. No Norte de Minas, devido à escassez, o uso da água está relacionado ao sucesso ou ao fracasso dos empreendimentos agrícolas. O seu manejo deve, obrigatoriamente, ser objeto de estudo dos pesquisadores de ciências agrárias, sob os diferentes enfoques, seja em relação ao uso múltiplo, preservação de mananciais ou à legislação pertinente”.

Entre os vários estudos, está em andamento o projeto “Transferência de tecnologias aplicadas ao manejo da água no semi-árido mineiro”, coordenado pelo professor Marcos Koiti Kondo e financiado pelo Banco do Nordeste, no valor de R$ 71.450. Um dos objetivos é “disseminar tecnologias existentes para a convivência com o semi-árido no Norte de Minas, por meio da transferência de conhecimentos gerados junto aos agricultores familiares”. O experimento foi iniciado numa unidade demonstrativa na região do rio Gorutuba, no município de Janaúba. A expectativa é de incrementar a produção de feijão e milho com o uso de barragens subterrâneas, além de reduzir as perdas de água em até 80%.

Outro projeto - coordenado pelo próprio Marlon Pereira – visa ao controle da Sigatoka Negra, doença que ataca os bananais. O projeto, intitulado “Uso de culturas intercalares em plantio irrigado de bananeiras resistentes à Sigatoka Negra com ênfase à agricultura familiar na região Norte de Minas Gerais”, tem investimentos de R$ 27,9 mil, financiados pelo CNPq.

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