Pirapora busca soluções para o abate clandestino de bovinos

Jornal O Norte
30/08/2007 às 11:02.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:14

Da Agência Minas

A Seapa - Secretaria de estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a prefeitura de Pirapora e com representantes do ministério público, está estudando alternativas para reduzir o abate clandestino e a venda de carne sem inspeção no município. Também participam das discussões vereadores, pecuaristas e proprietários de açougues.

A iniciativa faz parte do Minas Carne, programa do Governo de Minas criado para organizar e modernizar a cadeia produtiva da pecuária bovina.

- Estimular a criação e a reativação de frigoríficos de acordo com as normas de inspeção é parte importante do Minas Carne. Todos vão ser beneficiados, desde a população, que consome um produto seguro, até comerciantes que podem agregar valor à carne - informou o coordenador do programa, João Batista de Lima Soares. Segundo ele, os encontros para discutir a redução do abate clandestino estão sendo realizados, também, em outros municípios.

Para a promotora pública da comarca de Pirapora, Isabela de Carvalho, as reuniões são esclarecedoras e trazem ganhos significativos para a população. Segundo ela, o objetivo da promotoria é fazer valer as normas do Termo de Ajustamento de Conduta assinado e exigir que sejam estabelecidos prazos para a regulamentação, visando à segurança alimentar da população.

- Sabemos que é essa uma questão que não se resolve da noite para o dia, temos de olhar o lado dos comerciantes que, às vezes, não têm condições de instalar um frigorífico dentro das normas e, ao mesmo tempo, precisamos zelar pelo bem-estar da população, que busca um produto de qualidade, inspecionado - afirmou.

Segundo ela, as alternativas apresentadas durante o encontro serão analisadas e devem produzir resultados em curto e médio prazo. "O que o Ministério Público quer é a adequação dos estabelecimentos às normas e padrões de sanidade do IMA, de outros serviços oficiais de vigilância sanitária e das entidades de defesa dos consumidores", explicou.

ALTERNATIVAS

Para o prefeito de Pirapora, Warmillon Fonseca Braga, este é o momento de se fazer parcerias. "Estamos buscando o entendimento e, se depender da prefeitura, vamos cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta. Podemos oferecer um terreno para a implantação de frigorífico ou sala de desossa, dentro das normas. Não é função da prefeitura construir frigorífico. Isso depende da iniciativa privada. Podemos, sim, criar as condições de logística para sua implantação, caso haja interesse de investidores do município", disse.

Pirapora possui 50 estabelecimentos de comércio de carne. De acordo com o IBGE, o município tem rebanho bovino de 13 mil cabeças, além de 1.200 suínos. A estimativa é de que 60 animais sejam abatidos informalmente por dia.

Para os comerciantes, uma saída de curto prazo pode ser o envio de animais de Pirapora para o abate em frigorífico das proximidades que possua Certificado de Inspeção ou a compra de carne desse frigorífico.

Segundo Geraldo Santos, proprietário de frigorífico inspecionado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e localizado em Corinto - a 110 km de Pirapora -, a proposta de abater o animal vindo de Pirapora é uma solução temporária, pois torna o custo mais alto por causa da distância. "No momento, estamos ampliando nossas instalações aqui em Corinto. Já investimos aproximadamente R$ 1 milhão e vamos aumentar nossa capacidade de abate de 150 bois por dia para 250, além de promover o abate de suínos", disse.

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