Planejamento estratégico é arma para organizar atividade rural

Jornal O Norte
16/01/2008 às 09:55.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:22

Valéria Esteves


Repórter

Produtor bem munido deve planejar as atividades em sua propriedade rural. Muitos especialistas trabalham a questão do planejamento como a ferramenta básica para que as lavouras tanto quanto as criações de animais se sobressaiam. O produtor Décio Bruxel bem diz que o sucesso de seus negócios está diretamente ligado ao planejar as atividades e delegar poderes aos funcionários da propriedade. Isso tem dado certo, já que Décio é um dos maiores produtores de grãos e de suínos, em Minas Gerais.

Seja no Norte de Minas ou em qualquer lugar do território nacional, o pecuarista tem que saber como planejar as atividades vigentes em sua propriedade para que tudo seja produtivo. Isso é o que dizem os especialistas que enxergam que o melhoramento genético pode ser a porta de entrada de seus animais no mercado.

Dados da Pfizer dão conta de que há no território nacional um rebanho comercial bovino de 204,7 milhões de cabeças, e que só em embarques, em 2007, rendeu US$ 9 bilhões e 31% de participação no mercado internacional.

O Brasil detém o posto de maior exportador de carne bovina do mundo. Diante deste cenário, o pecuarista deve estar atento às novas técnicas e tendências do mercado para acompanhar o ritmo de recuperação que se vislumbra neste ano.

No Norte de Minas a preocupação com a reprodução dos animais tem sido cada vez mais rigorosa. Muitos pecuaristas já fazem com segurança a inseminação artificial em suas próprias propriedades. O resultado tem sido animais geneticamente apropriados para reprodução. Nelores de pura origem.

Para o veterinário Marcos Antônio Maia, o pecuarista deve antes de tudo esboçar um planejamento do que é importante e trará qualidade de vida para seu rebanho. Há muitas doenças que se acompanhadas por um profissional podem ser amenizadas ou até evitadas. Tanto o gado criado para corte quanto para leite devem receber alimentação correta, mesmo porque, no Norte de Minas a seca castiga o rebanho que sobrevive se alimentando basicamente de capim.

Só na região havia antes da seca de 2007 pelo menos 2,500 milhões de reses, e esse número tende a crescer; tendo em vista as expectativas da ABCZ - Associação brasileira de criadores de zebu que é a de trazer boa parte do gado do Triângulo Mineiro para a região.

A melhoria do rebanho se aplica diretamente no produto final que é a carne do boi comercializada com o frigorífico e o leite encaminhado para as indústrias. Inclusive muitos pecuaristas dizem que a vinda do Independência para a região facilitou a venda de seus animais. Segundo eles, o animal perde peso numa longa viagem, como acontece ao comercializar com frigoríficos do Triângulo.

Hoje o frigorífico abate por dia cerca de 800 animais. Começou com 200 abates e quer chegar a 1.200 nos próximos meses, segundo a diretoria.

QUALIDADE E CUIDADOS

Segundo o zootecnista Luiz Roberto Hernandes, diretor de pecuária do grupo Quagliato, para quem busca a produção de animais de qualidade, com alto valor genético, precocidade de ganho de peso e reprodutiva, tanto para engorda como para reposição, tem na inseminação artificial a possibilidade de melhoramento do rebanho em menor tempo e a um baixo custo, por meio da utilização de sêmen de reprodutores comprovadamente superiores.

- Somos os pioneiros no uso dessa tecnologia, no Pará. Com a IATF temos a possibilidade de aumentar nossa influência na velocidade de ganho genético do rebanho, pois podemos obter um maior número de prenhezes de inseminação artificial em nossas matrizes no início da estação de monta, além de produzirmos maior quantidade de bezerros de inseminação e melhorarmos o planejamento de todas as atividades neste período do ano. Agora, nas fazendas do Grupo Quagliato, utilizamos a IATF de rotina como uma ferramenta de incremento de nossa produtividade - comenta.

Outro cuidado que o pecuarista deve ter é com a mastite no gado leiteiro.

Com as exigências de higiene e manejo, conforme especialistas, cada vez mais rigorosas e a concorrência mais acirrada, os produtores têm atenção redobrada na melhoria da qualidade do leite. Sai na frente o produtor que se vale de equipamentos com a manutenção em dia, trabalha com insumos adequados e adota programas de prevenção e controle daquela que é a grande inimiga dos rebanhos: a mastite, inflamação da glândula mamária da vaca.

BOVINOCULTURA DE LEITE

Segundo Paulo Machado, professor titular de bovinocultura de leite da escola superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, a mastite é considerada um dos principais fatores que afetam a qualidade do leite.

A doença pode diminuir a produção, alterar o sabor, o odor e a composição do leite produzido, aumentar a contagem do número de CCS - células somáticas no tanque de refrigeração que é um dos parâmetros de qualidade e, em certos casos, também elevar a contagem bacteriana. Essas alterações provocadas pela mastite acabam reduzindo o rendimento industrial do leite e a vida de prateleira do produto.

Programas de controle da mastite, manejo adequado, bem como a manutenção do equipamento e sanidade formam um conjunto de práticas que ajudam o produtor a atingir alta qualidade do leite, item requisitado pelos mais exigentes laticínios. (com informações ascom Pfizer)

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