PMDB diz que decisão de Cunha é pessoal e que partido continua na base

Folha Press
17/07/2015 às 14:05.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:57
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Minutos após a oficialização do rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o Planalto, o PMDB saiu à público para afirmar que a sigla continua na base do governo. Em nota, o partido diz que a decisão de Cunha é "a expressão de uma posição pessoal, que se respeita pela tradição democrática do PMDB", mas enfatiza que qualquer decisão sobre deixar a base aliada só pode ser tomada "após consulta às instâncias decisórias do partido: comissão executiva nacional, conselho político e diretório nacional".

Cunha anunciou que, a partir desta sexta-feira (17), se considera como oposição. Em entrevista na manhã desta sexta, ele acusou o governo de atuar contra ele ao envolvê-lo em denúncias da operação 'Lava-Jato' e disse que não se deixará contaminar pelas acusações. Apesar de sua posição pessoal, Cunha afirmou que, como presidente da Câmara, continuará seguindo as regras da Casa, inclusive, pautando propostas do governo. Cunha responsabiliza o Planalto pelo seu envolvimento na 'Lava Jato'. Para ele, há uma articulação do governo para jogá-lo no centro da operação de investigação. Nesta quinta (16), ele foi acusado pelo lobista Júlio Camargo de receber US$ 5 milhões de propina.

O vice-presidente da República, Michel Temer, é também presidente nacional do PMDB. Questionado como ficaria a situação de Temer caso o partido decidisse sair da base aliada, Cunha afirmou que não haveria mudanças porque ele não vê problemas em Temer continuar no cargo. Cunha garantiu que defenderá a saída da base governista durante convenção nacional do partido, em setembro. PEZÃO Nesta sexta, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), escolheu ficar do lado do governo, disse que é "solidário à presidente" e defendeu as apurações da 'Lava Jato'.

O governador -que esteve com Cunha e Temer em jantar oferecido pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na última sexta- afirmou que as apurações da Lava Jato] não podem "parar o país". "Eu sou solidário à presidenta Dilma. Não estou aqui para falar pelo PMDB, falo em meu nome. A gente só consegue as coisas com muita união. A briga, a divergência, têm que ser deixadas para a hora propícia, dos palanques. A gente já passou desse momento. Temos agora que governar", disse, após discursar no encerramento do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), no Rio. O governador, que já teve seu nome citado na 'Lava Jato', defendeu as investigações e afirmou que quem for culpado tem que ser punido. Questionado se o PMDB do Rio iria rachar, como ocorreu durante a campanha -quando parte do partido apoiou a aliança com Aécio- Pezão disse não responder pelo partido, mas conclamou a união nesse momento.

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