Polícia responsabiliza cinco pessoas pela morte de estudante da Unicamp

Lucas Sampaio - Folhapress
03/10/2013 às 18:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:02

SÃO PAULO - Cinco pessoas foram responsáveis pela morte de Denis Papa Casagrande, 21, estudante de engenharia de controle e automação da Unicamp, afirmou nesta quinta-feira (3) a Polícia Civil de Campinas (a 93 quilômetros de São Paulo).

Além do casal Maria Tereza Alexandrino Peregrino e Anderson Marcelino Ferreira Mamede, ambos de 20 anos, que tiveram prisão temporária de 15 dias decretada pela Justiça e estão detidos desde sexta-feira, três rapazes de 22, 16 e 15 anos serão responsabilizados pelo crime.

Maria Tereza, Anderson e André Ricardo de Souza Motta, 22, foram indiciados sob a suspeita de homicídio duplamente qualificado, segundo o delegado Rui Pegolo, responsável pelo setor de homicídios da cidade e pela investigação do caso.

A pena para o crime é de 12 a 30 anos. Os jovens de 16 e 15 anos responderão por ato infracional análogo ao homicídio, segundo a polícia - a reclusão máxima é de três anos. Os dois menores somente serão apreendidos se a Vara da Infância e da Adolescência julgar pertinente. Não há data para que isso ocorra.

Denis foi morto em uma festa no campus da universidade no dia 21 de setembro. A garota já havia confessado ser a autora da facada que matou Denis. Mamede assumiu ter agredido o estudante, inclusive com um skate.

Os advogados de Maria Tereza confirmaram a versão de que o crime foi cometido por legítima defesa e entraram com pedido de habeas corpus na quarta-feira.
 
Mamede e Motta não têm advogados e devem ser representados por defensores públicos. Segundo a polícia, as investigações descartaram a tese de legítima defesa para o crime.

Motta, por enquanto, não terá a prisão temporária pedida pelo delegado Pegolo. Maria Tereza e Mamede, porém, ter prisão preventiva solicitada "porque representam perigo à sociedade", disse. Esse pedido ainda não foi feito.

Assassinato

Segundo laudo do Instituto Médico-Legal (IML) entregue anteontem ao delegado, Denis morreu de anemia aguda após ter o coração atingido pela facada. Ele também estava com escoriações pelo corpo e hematomas na cabeça.

Testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram que Denis não brigou nem assediou Maria Tereza, ao contrário do afirmado pela jovem. O estudante urinava em um local afastado da festa, que não tinha banheiros, assim como Maria Tereza.

Cerca de 3 mil participavam da festa. Segundo a Unicamp, o evento não tinha autorização para ser realizado.

Segundo os depoimentos, Maria Tereza teria avisado dois colegas de um suposto assédio, e os três partiram para cima de Denis. Na briga, ela deu a facada. O jovem ainda teria tentado fugir, mesmo ferido, mas foi espancado com chutes e socos por várias pessoas. Os cinco indiciados foram as identificados até o momento, afirmou Pegolo.

Denis chegou a ser socorrido e levado ao Hospital das Clínicas da universidade, mas não resistiu.

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