“A disputa é pilar do processo político”, diz deputado Júlio Delgado

Ricardo Rodrigues - Do Hoje em Dia
20/01/2013 às 11:35.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:48
 (Renato Cobucci)

(Renato Cobucci)

Na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, o PSB enfrenta o PMDB com Júlio Delgado, de 46 anos, embalado pelo aumento de 42% no número de prefeitos que elegeu. Para passar ao 2º turno, aposta no bloco dos insatisfeitos e na tese de que é perigoso dar ao PMDB tanto poder: a presidência simultânea da Câmara e do Senado. “O instrumento de mudança não será um nome que representa o continuísmo”, diz o mineiro, em alusão a Henrique Alves (RN). Em seu 11º mandato, o líder peemedebista prega que o adversário não merece confiança por ter agido na CPI dos Correios para destruir o PT.

O que o Sr. propõe além de cargos?

Há consenso quanto à necessidade de resgatar a imagem da Câmara, mudando as práticas clientelistas. É preciso separar o joio do trigo e demonstrar à sociedade que não somos farinha do mesmo saco. Nossa proposta é reequilibrar a República, em respeito ao sentimento do povo.egislativo, Judiciário e Executivo têm de recuperar o tempo perdido. Rose de Freitas (PMDB-ES) e Ronaldo Fonseca (PR-DF) também são candidatos à presidência da Casa. É salutar estimular a disputa, pois a candidatura única inibe o debate. Contra a mesmice, o desafio é viabilizar o 2º turno.
 
Como democratizar as decisões na Câmara?

Existe uma mudança geracional na política, que se percebe na voz que ecoa das ruas e com a eleição dos prefeitos Gustavo Fruet, Fernando Haddad, Roberto Cláudio, Geraldo Júlio, ACM Neto. No Congresso, é preciso fazer essa mudança. O Henrique Alves jubilou, vive o que se pode chamar de apostilamento, o que não o credencia a melhorar a imagem da Casa.  

O Sr. nunca teve projeto votado no plenário?

Não é uma realidade minha; é de todos os deputados. A Câmara não vota matérias de interesse popular, por ser atropelada constantemente, pela interposição do Parlamento pelo Supremo (STF) e pelas Medidas Provisórias.

Na prática, como resgatar o papel da Casa?

A proposta é dedicar um dia da semana, a quinta-feira, para votar projetos de iniciativa do parlamentar e de interesse do povo brasileiro.

O Sr. já fechou o apoio da bancada mineira?

O PSB se uniu em torno do meu nome. Venho fazendo um trabalho de formiguinha para representar Minas no Congresso. É o meu ponto de partida. Tenho o apoio do governador Anastasia e de parte da bancada.

Relator do processo que cassou José Dirceu, o Sr. espera voto do PT?

Isso são águas passadas. Foi em outro momento. O julgamento ocorreu agora devido à morosidade da Justiça. Eu não cassei Zé Dirceu sozinho. Teve votos de petistas também.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por