'A 'Lava Jato' atingiu a sua maturidade', diz procurador

Estadão Conteúdo
Publicado em 27/07/2017 às 17:45.Atualizado em 15/11/2021 às 09:47.
 (Divulgação)
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O procurador da República Athayde Ribeiro Costa, que integra a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação "Lava Jato", disse nesta quinta-feira, (27), que a Polícia Federal precisa ser "fortalecida" para dar continuidade às investigações sobre o maior escândalo de corrupção no País. Ele atribuiu ao ministro da Justiça Torquato Jardim medidas que levaram à "diminuição do efetivo" da PF.

"O ministro anterior, Alexandre de Moraes, se comprometeu a fortalecer a "Lava Jato". O atual ministro não fez movimento no mesmo sentido, sequer consultou a força-tarefa sobre o quanto de investigação tinha e o quanto de necessidade de efetivo havia", disse Athayde, durante entrevista coletiva sobre a Operação Cobra, 42ª fase da "Lava Jato" deflagrada nesta quinta-feira, (27), que prendeu o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, por suspeita de recebimento de propina de R$ 3 milhões da empreiteira Odebrecht.

"É importante pontuar que o Ministério Público Federal quer fortalecer a Polícia Federal", insistiu o procurador. "É preciso que a polícia investigue e a diminuição do efetivo é uma responsabilidade do ministro da Justiça e da direção geral da Polícia Federal."

Athayde argumentou que o antigo chefe da Justiça, Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), havia se comprometido com a "Lava Jato". "Quando no cargo (de ministro da Justiça), Alexandre de Moraes visitou a força-tarefa em Curitiba e se comprometeu a fortalecer a "Lava Jato"."

"A "Lava Jato" está no auge da sua maturidade e, para o Ministério Público está claro que ela é prioridade", afirmou o procurador. "É assim com o dr. Rodrigo Janot (atual procurador-geral da República) e, certamente, o será com a dra. Raquel Dodge (futura chefe do Ministério Público Federal)."

Na mesma entrevista, o superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Rosalvo Ferreira, disse que não houve o fim da força-tarefa da" Lava Jato". "Fizemos uma reestruturação, decisão puramente administrativa que colocou o grupo "Lava Jato" sob a estrutura da Delegacia de Combate à Corrupção e Desvios de Verbas Públicas", declarou Rosalvo. "Em nenhum momento houve a extinção do grupo, pelo contrário, houve reestruturação e também não houve diminuição do efetivo."

À tarde, o ministro Torquato Jardim, em entrevista coletiva, disse que as críticas do procurador são infundadas. Ele declarou que não fez nenhum gesto de crítica ou desapreço à "Lava Jato".

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