ACM Neto derrota petista e é eleito prefeito em Salvador

FolhaPress
28/10/2012 às 20:06.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:39

ACM Neto, de 33 anos, é o novo prefeito eleito de Salvador. Depois de não chegar ao segundo turno em 2008, disputa em que liderou até a reta final, o candidato do DEM derrotou hoje Nelson Pelegrino (PT), de 51 anos, e comandará o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil. Com a apuração, o democrata aparece com 53,51% dos votos válidos, contra 46,49% do petista. No primeiro turno, ACM Neto havia ficado à frente de Pelegrino por pequena diferença: 40,17% a 39,73%.

Em janeiro, ele vai substituir João Henrique (PP), dono de uma rejeição de 75% do eleitorado, segundo pesquisa Ibope divulgada em setembro. Problemas como trânsito, violência e sujeira são os mais citados pela população da capital baiana.

Não à toa, ambos os candidatos tentaram se afastar ao máximo do atual prefeito. E colar no adversário qualquer ligação com João Henrique. Enquanto o PT participou da primeira gestão (2005-2008), o DEM marcou presença de 2009 em diante.

O grande tema da campanha, porém, foi a discussão sobre se Salvador poderia "caminhar com as próprias pernas", na expressão de ACM Neto, ou se precisaria da parceria com a presidente Dilma Rousseff e o governador Jaques Wagner, ambos do PT. Todos fariam parte do "time de Lula", principal mote da campanha petista.

O ex-presidente realizou carreata seguida de comício no subúrbio soteropolitano na última quarta-feira, quando atacou o democrata. Cinco dias antes, a presidente apareceu, também foi dura com o rival e chegou a falar em "obrigação de ganhar a eleição de Salvador".

Pelegrino ainda fechou aliança com três dos quatro concorrentes derrotados no primeiro turno: Mário Kertész (PMDB, terceiro lugar), Márcio Marinho (PRB, quarto) e Da Luz (PRTB, o último).

ACM Neto teve apoio do PMDB dos irmãos Geddel e Lucio Vieira Lima -Kertész, o candidato do partido, pediu desfiliação para ficar com Pelegrino- e se beneficiou dos tempos iguais de propaganda eleitoral gratuita no segundo turno.

Antes, por contar apenas com outras quatro siglas ao seu lado (PSDB, PV, PPS e PRN), ele teve um terço do tempo dos programas eleitorais do PT, já coligado com mais 14 legendas, entre elas PSB, PC do B, PSD, PR e PDT.

O DEM abriu os cofres para se manter vivo no cenário nacional. Vitorioso em menos de 300 prefeituras no primeiro turno (44% de queda em relação a 2008), contra mais de mil em 2000 -saiu da vice-liderança para o nono lugar no ranking pelo país durante o período-, o partido sozinho doou R$ 3,75 milhões para ACM Neto de acordo com prestação de contas parcial ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O valor supera as receitas totais de Pelegrino: R$ 2,24 milhões.

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