Conforme reportagem da revista Época, a agência de comunicação mineira Pepper Interativa – investigada pela Polícia Federal no âmbito da Operação Acrônimo, um desdobramento da “Lava Jato” que mira supostos esquemas de lavagem de dinheiro – tinha conta secreta em um banco na Suíça para receber pagamentos da construtora Queiroz Galvão. O contrato com a construtora seria de fachada.
Em 2012, diz a revista, a Pepper montou uma operação intrincada no exterior para receber valores da empreiteira. No mesmo ano, a Queiroz Galvão recebera US$ 55 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), quando o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), era ministro do Desenvolvimento e presidente do Conselho de Administração do banco.
Ainda de acordo com Época, 70% do faturamento da Pepper seria advindo do PT, graças à proximidade da publicitária Danielle Fonteles – dona da agência e também investigada – com o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, denunciado na “Lava Jato”, e Pimentel.
Carolina Oliveira, mulher do governador, é apontada pela Polícia Federal como uma espécie de sócia oculta da Pepper, diz a revista. Em 2013 e 2014 a Pepper teria recebido R$ 520 mil do BNDES e repassado R$ 236 mil a Carolina Oliveira. À reportagem de Época a agência admitiu ter pago ao menos duas faturas do cartão de crédito da primeira-dama mineira.
O advogado de Carolina Oliveira, Pierpaolo Cruz Bottini, disse ao <CF41>Hoje em Dia</CF> que não irá se pronunciar, pois não teve acesso aos documentos (supostas planilhas de gastos e tabelas de pagamentos) publicados pela revista.
Lula e “Lava Jato”
Em outra frente de investigação, a Polícia Federal teria apurado que, dos R$ 27 milhões recebidos pela empresa do ex-presidente Lula nos últimos quatro anos, R$ 10 milhões teriam sido pagos por empreiteiras investigadas pela Operação “Lava Jato”, segundo a revista “Veja”.
Com depósitos de R$ 2,8 milhões, a Odebrecht encabeçaria a lista. Também aparecem Andrade Gutierrez, com R$ 1,9 milhão; OAS, com R$ 1,9 milhão; Camargo Corrêa, com R$ 1,4 milhão; e Queiroz Galvão, com R$ 1,2 milhão.