Alvo da PF, IMDC fez edital para licitar prédio do Ipsemg

Ana Flávia Gussen - Hoje em Dia
11/09/2013 às 07:49.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:51

Alvo da operação Esopo, deflagrada na segunda-feira pela Polícia Federal, o Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania (IMDC) foi o responsável por elaborar o modelo de negócios e uma proposta de edital de concessão do imóvel do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas (Ipsemg). O edital de licitação para a construção de um complexo hoteleiro de luxo foi alvo de denúncias de subfaturamento e acabou revogado em 2012 pelo governo de Minas. O grupo Fasano foi o vencedor do certame.

Na época, o governo de Minas alegou que o cancelamento da licitação teve como motivo um estudo da Secretaria Extraordinária da Copa, que apontou um número satisfatório de hotéis para a Copa do Mundo de 2014.

A unidade de Parceria Público Privada (PPP) do governo de Minas contratou o IMDC em 2010 para elaborar um relatório definindo qual seria a melhor maneira de aproveitar o imóvel. Coube ainda ao IMDC fazer uma proposta de edital de licitação.

Consultoria

O instituto – classificado como organização social de interesse público (oscip) – contratou então uma segunda empresa para prestar consultoria na elaboração de um laudo através do qual se chegou à conclusão de quanto valia o imóvel.
De acordo com o relatório, o valor médio do prédio seria de R$ 22,5milhões. O valor estimado para a locação seria de R$ 160 mil por mês.
Porém, os preços estariam subfaturados, segundo denúncia de um servidor do Ipsemg. Ele elaborou estudos técnicos e imobiliários que teriam comprovado que o valor estimado do imóvel seria, na verdade, de R$ 57,6 milhões. Uma diferença de 100% no estudo feito pelo IMDC.
Além disso, a renda mensal a ser paga pelo locatário deveria ser de R$ 208 mil. Também foram feitas críticas ao fato do valor mínimo da concessão ter sido elaborado por um perito particular e não pelos profissionais do Estado.
O imóvel fica uma área de 3.718 m2, em 12.000 m2 de área construída, distribuídos em 12 andares. Com a transferência de toda a estrutura do governo para a Cidade Administrativa, o prédio está desocupado.

Esopo

A operação da PF investigou todos os contratos dos últimos cinco anos do IMDC. De acordo com a PF, praticamente todos os contratos foram ou superfaturados ou os serviços não foram entregues.
Em nota o governo de Minas informou que suspendeu todos os contratos com o IMDC desde 2010, quando surgiram as primeiras denúncias. O governo informou, ainda, que está contribuindo com as investigações da Polícia Federal.

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