Anastasia defende mandato de 5 anos sem direito à reeleição

Hoje em Dia
25/11/2013 às 09:28.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:21

Em entrevista ao Hoje em Dia, o professor Antonio Anastasia defende mandato de cinco anos sem direito à reeleição e, sobretudo, a coincidência do período eleitoral para todos os cargos: presidente da República, governadores, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos e vereadores. E justifica com sua própria experiência como vice-governador e governador de Minas.

Num ano eleitoral, a legislação proíbe doar para uma creche que foi destruída em janeiro, por exemplo, por uma enchente. As restrições dificultam o ato de governar e, na situação atual, com mandato de quatro anos, elas incidem sobre a metade desse tempo. São dois anos inteiros com “impedimentos rígidos” para o governante, frisou Anastasia.

Mas esse é só um dos problemas do governador. No entanto, ele se considera muito feliz por ter sido escolhido pelo povo para governá-lo, “uma honra que no máximo 25 pessoas no século conseguem”. O desgaste e as incompreensões vêm, segundo Anastasia, do engano de quem acha que o governante pode tudo, como na idade média.

Seria mais fácil se o poder do Executivo não fosse muito limitado, se todos os que governam não fossem “extremamente enquadrados dentro de possibilidades”. Nem sempre é possível atender às demandas “de pessoas bem intencionadas, que pedem o impossível, o dia inteiro”, esclarece o governador.

Por trás de suas dificuldades, ele observa uma questão cultural que se manifesta no comportamento dos brasileiros em geral e dos mineiros em particular. E que leva o governador a afirmar que falta ao Brasil a cultura da paz. Daí o clima de violência e a sensação de insegurança.

Não é por falta de investimentos. Anastasia afirma que elevou, em 19%, os investimentos na área de segurança pública. Em novos equipamentos, foram aplicados R$ 600 milhões. O efetivo policial foi aumentado e nunca se nomeou tantos delegados de polícia. Mas não para de crescer a estatística da violência.

O governador acredita que, na origem de 80% do problema, está o tráfico de drogas. E essa é uma questão a ser enfrentada pelos estados e municípios. Mas, sobretudo, pelo governo federal, responsável pelas fronteiras por onde entram as drogas e pelas rodovias federais, por onde elas são distribuídas.
Anastasia insiste na importância de o Brasil ter uma cultura de paz, começando pelas crianças. Ele cita, como uma iniciativa governamental positiva, o
Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), no qual a Polícia Militar, ao lado das escolas e das famílias, procura fazer um trabalho educativo e preventivo.

A mudança leva tempo. Um tempo bem maior do que aquele em que se conhecerá o futuro político do entrevistado. Anastasia diz que não sabe – e não se duvida disso – se vai governar até o fim de 2014 ou se sairá antes para disputar o senado.
 

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