Apelo à segurança elege cinco na Câmara de São Paulo

Diego Zanchetta e Artur Rodrigues
09/10/2012 às 11:40.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:56

A bancada de vereadores eleita com a bandeira da segurança pública conta com dois ex-integrantes da Rota que somam, juntos, 77 mortes ao longo de suas carreiras. Tem ainda um coronel que defende a Polícia Militar na gestão da Prefeitura e duas vítimas da violência urbana.

Paulo Adriano Telhada (PSDB), Álvaro Camilo (PSD), Conte Lopes (PTB), Ari Friedebach (PPS) e Masataka Ota (PSB) estreiam na Câmara Municipal a partir de 2013 com a tarefa de tratar de um tema que, na teoria, só pode ser decidido pelo Estado ou pela União.

Os cinco eleitos para combater a violência dentro do Legislativo somam-se ao delegado Celso Jatene (PTB), que obteve um quarto mandato. A bancada da segurança, com seis integrantes, só perde para a dos evangélicos, com oito parlamentares.

Quinto vereador mais votado de São Paulo, o coronel Telhada foi eleito com o lema "bandido bom é bandido morto".

Telhada afirma que tentará criar a operação delegada - uma espécie de bico oficial da PM pago pela Prefeitura - para a Guarda Civil Metropolitana. Ao longo de três décadas de corporação, matou 36 suspeitos em supostos confrontos com marginais. Ele garante que todos os mortos "eram bandidos".

O ex-deputado Conte Lopes, tenente do jovem Telhada em início de carreira, também vai para o Palácio Anchieta com a missão de "fortalecer a GCM". Ele credita sua eleição como vereador à sensação de insegurança da sociedade. Com 41 mortes nas costas entre as décadas de 70 e 80, quando esteve na Rota, Lopes afirma ter agido "legalmente" em todos os casos.

"O problema é que você, na função de comando, vai à frente (para ajudar os demais)", afirma o capitão reformado da PM.

Ex-comandante da PM durante o governo José Serra, entre 2006 e 2010, o coronel Álvaro Camilo tem o mesmo discurso em defesa da GCM. Diz também que defenderá mais contratações de policiais militares para a operação delegada da Prefeitura e a manutenção de coronéis da reserva no comando das subprefeituras.

Vítimas

Além dos três ex-PMs, outros dois debutantes na Câmara prometem ações de combate à violência e de auxílio às vítimas.

Pai do garoto Ives Ota, assassinado em agosto de 1997, o comerciante Masataka Ota é coordenador do Movimento Paz e Justiça Ives Ota, que presta auxílio psicológico às vítimas de violência. Ota quer ampliar a rede de auxílio para pessoas que ficaram abaladas após episódios de violência na Secretaria Municipal de Saúde.

Presidente do projeto "Viva em Segurança", Friedebach teve a filha Liana e seu namorado assassinados em 2003. Um dos acusados pelo crime era um menor, conhecido como Champinha. No Legislativo municipal, pretende desenvolver "ações locais que possam auxiliar no combate à violência". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
http://www.estadao.com.br

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