Depois de amargar a queda dos índices de popularidade em junho, quando começaram as manifestações nas ruas em todo o país, a presidente Dilma Rousseff (PT) intensificou a agenda de viagens no território nacional, especialmente na Região Sudeste do Brasil, e trocou o foco dos compromissos. Em vez de contemplarem somente inaugurações de obras e entrega de máquinas agrícolas, passaram a incluir reuniões com movimentos sociais e anúncio de verba para a área de mobilidade, por exemplo.
Em várias das visitas, Dilma aproveitou para trocar farpas com a oposição e afagar ministros que poderão concorrer a governos estaduais, com o discurso de tom eleitoreiro, como foi com Fernando Pimentel em Minas.
A “onda de protestos” pelas principais cidades brasileiras teve como principal reivindicação a redução do custo dos transportes, a exemplo do Movimento Passe Livre (MPL), na capital paulista. Segundo o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, o governo federal disponibilizou R$ 88,9 bilhões para projetos do PAC Mobilidade no primeiro semestre do ano.
De 1º de junho a 27 de agosto – data em que a petista esteve pela última vez em Belo Horizonte, para a formatura de 2.500 alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e inauguração de um centro cultural na Praça da Liberdade –, Dilma realizou 17 viagens, sendo 11 para Estados do Sudeste (São Paulo – em cinco ocasiões –, Minas Gerais – por três vezes – e Rio de Janeiro – em três oportunidades diferentes), três para o Sul do país (Paraná e Rio Grande do Sul) e outras três para o Nordeste (Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte – uma vez em cada unidade federativa).
Em nenhuma outra época do ano o número de viagens foi superior ao do mês de agosto, que contemplou visitas a nove cidades somente em Minas, Rio Grande do Sul e São Paulo. Antes das manifestações, da primeira semana de janeiro a 31 de maio, a presidente realizou uma média de quatro viagens por mês.