Assessor de campanha petista está entre os presos com dinheiro em avião em Brasília

Estadão Conteúdo
08/10/2014 às 08:39.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:31

(Spotter Club MG/Divulgação)

A coligação Minas Pra Você, que elegeu o ex-ministro Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais, admitiu por meio de nota que um dos três presos na noite de terça-feira em Brasília em um avião particular que carregava R$ 116 mil em dinheiro vivo prestou serviços para a campanha petista. A nota, no entanto, alega que a coligação "não pode se responsabilizar pela conduta de fornecedores".   O avião apreendido em Brasília está em nome da empresa Bridge Participações S/A, que tem sede na capital federal. A aeronave, de prefixo PR-PEG, fez vários voos nos últimos três meses entre Belo Horizonte e Brasília. Há também registros de viagens para cidades do interior do estado, como Montes Claros, Divinópolis, Curvelo, Juiz de Fora e Patos de Minas, mas também idas a outras capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Goiânia. Nem a Polícia Federal e nem a coligação Minas Pra Você informaram se o bimotor chegou a atender ao governador eleito Fernando Pimentel durante a campanha.   Benedito Neto (embarcando no avião) é um dos "aloprados" da campanha de 2010   A empresa dona da aeronave está registrada em nome de dois irmãos, Alexandre Santos Guedes e Ricardo Santos Guedes, residentes em Brasília e de uma terceira pessoa identificada como Cleusa Centeno, moradora de Canoas, no Rio Grande do Sul. Os três juntos têm participação em mais pelo menos oito empresas, que atuam em diversas áreas como construção civil, mineração, auditoria e contabilidade, investimentos, marketing e propaganda.    ENTENDA O CASO    A Polícia Federal apreendeu no aeroporto internacional de Brasília ao menos R$ 116 mil em dinheiro vivo com três pessoas que estavam num um voo vindo de Belo Horizonte no início da noite de terça-feira (7). Os três homens prestaram depoimento na superintendência da PF em Brasília.   Um dos homens flagrados portando dinheiro vivo é o ex-assessor do Ministério da Cidades Marcier Trombiere Moreira. Ele estava lotado na pasta até julho deste ano, quando se licenciou para colaborar na campanha de Fernando Pimentel, candidato do PT eleito para o governo de Minas Gerais. As três pessoas foram a Brasília no jato particular alugado.   A cúpula da Polícia Federal estaria apreensiva com o desenrolar dos fatos, segundo informações da Agência Estado. A PF recebeu uma denúncia anônima que a levou a abordar a aeronave ainda na pista. A polícia irá instaurar inquérito para investigar a origem dos recursos. A suspeita é de que se trate de lavagem de dinheiro.  Segundo uma fonte do alto escalão do governo, o dinheiro pode ter relação com a campanha eleitoral, mas não há confirmação ainda sobre isso. A denúncia inicial é que a aeronave estaria levando para Brasília oito malas cheias de dinheiro.   Em nota, a PF confirmou que apreendeu o valor com três passageiros do táxi aéreo, que pousou no aeroporto Juscelino Kubitscheck proveniente de BH. "A PF instaurou inquérito para apurar o incidente. Os três homens compareceram à superintendência regional onde prestam depoimento." A PF não se manifestou sobre a origem do dinheiro.   NOTA COMPLETA   A propósito da detenção de um colaborador da campanha da coligação Minas pra Você ao governo de Minas Gerais é necessário esclarecer:   O senhor Marcier Trombiere prestou serviços de comunicação.   A Gráfica Brasil Editora e Marketing prestou serviços gráficos. As notas fiscais foram emitidas e as despesas serão declaradas na prestação de contas final da campanha.   A Coligação Minas Pra Você não pode se responsabilizar pela conduta de fornecedores.   A campanha foi encerrada no último domingo, data limite para a permanência de qualquer prestador de serviços na campanha. Pela natureza do serviço prestado pela empresa, a relação com a gráfica já se encerrara.

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