Fake-news

Bolsonaro se defende de acusações sobre pedofilia: ‘Tentando me atingir'

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
16/10/2022 às 23:44.
Atualizado em 17/10/2022 às 00:04

(Reprodução / TV Bandeirantes)

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o momento do debate realizado pela TV Bandeirante, em São Paulo, neste domingo (16), para se defender das críticas recebidas após declaração sobre três adolescentes venezuelanas. Bolsonaro negou ter cometido pedofilia.

O candidato do PL declarou em entrevista ao canal no YouTube, que "pintou um clima" ao se referir às três jovens que, segundo ele, tinham por volta 14, 15 anos e estavam em uma casa no Distrito Federal, que ele visitou em 2021. 

Em pergunta feita pela jornalista da Folha de S.Paulo, Patrícia Campos Mello, sobre o grande número de fake-news durante a campanha de ambos os candidatos, Bolsonaro acusou o ex-presidente Lula (PT) de mentir ao acusá-lo de pedofilia. 

“Lula, se você não mentisse não seria você. Você me chama de genocida, miliciano, canibal e a última, o seu programa, influenciado por Gleisi Rouseman, me acusou de pedofilia, tentanto me atingir naquilo que eu tenho mais de sagrado: defesa da família brasileira e das crianças”, disse. 

O presidente usou uma decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para se defender das acusações de pedofilia. Vale lembrar que Moraes já foi alvo de severas críticas de Bolsonaro, que inclusive já o chamou de "vagabundo" durante um discurso em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul e "canalha", em outro palanque em São Paulo, neste ano. 

“O ministro Alexandre de Moraes dá uma sentença contrária a essas fake news. E diz na sentença que a ‘postagem realizada pela presidente do PT, em 15 de outubro, discorda da realidade por meio de inverdades, fazendo uso de recortes em cadeamentos inexistentes de falas gravemente descontextualizadas do representante Jair Bolsonaro, com intuito de induzir o eleitorado negativamente. Tal contexto evidencia a divulgação de fato sabidamente inverídico notadamente por se tratar de notícia falsa divulgada no segundo turno das eleições’”, disse ao ler a sentença do TSE.

“Sem mentira você chega aonde? Vocês não tem que falar do seu passado que não tem nada que preste, só tem mentir para tentar denegrir a imagem dos outros”, finalizou Bolsonaro. 

Polêmica

A declaração de Bolsonaro feita ao podcast na última sexta-feira (14) de que “pintou um clima” ao encontrar-se com as venezuelanas em 2021 foi usada pelo PT em uma propaganda eleitoral.

Neste domingo (16), o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, acolheu o pedido apresentado pela campanha de Bolsonaro pela remoção do conteúdo e determinou que a campanha do petista retire das redes sociais publicações com o trecho da entrevista concedida pelo presidente sobre meninas venezuelanas. 

A pena em caso de não cumprimento, no prazo de 2 horas a partir da ciência da decisão, é de R$ 100 mil. A mesma multa deve ser aplicada em caso de novas veiculações da campanha de Lula.

Na mesma defesa, Bolsonaro citou ainda outra acusação atribuída a ele de canibalismo. A referência sugiu a partir da viralização, nas últimas semanas na internet, de um vídeo de entrevista ao New York Times, em 2016, em que o então deputado federal afirma que  quase comeu um indígena em Surucucu. "Bolsonaro canibal" chegou a ser um dos termos mais buscados nos últimos 30 dias no Google Trends. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por