Brasil vai investir R$ 80 milhões em cooperação na América Latina

Agência Câmara
20/09/2012 às 10:27.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:26

O diretor da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Fernando José Marroni de Abreu, informou na quarta-feira (19), na Câmara, que o Brasil vai investir US$ 40 milhões (cerca de R$ 80 milhões) em projetos de cooperação internacional para o desenvolvimento na América do Sul, América Central e Caribe nos próximos três anos.

Segundo ele, a maior demanda está nas áreas de agricultura, educação e programas de inclusão social. O embaixador disse ainda que o Brasil também possui cooperação na área de defesa. “Oficiais e suboficiais vêm ao Brasil para serem treinados em diversas áreas”, afirmou.

Marroni participou do seminário “Os desafios da política externa brasileira em um mundo em transição”, realizado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O embaixador disse ainda que o Brasil vai investir US$ 36 milhões (cerca de R$ 72 milhões) na África, em projetos nas áreas de agricultura, saúde e formação profissional, também nos próximos três anos.

Para o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Helder Muteia, o Brasil tem grande responsabilidade no combate à fome no mundo. Ele defendeu a transferência de tecnologia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) para outros países e destacou a importância de o Brasil apoiar a agricultura familiar. “70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro vem da agricultura familiar”, observou. Segundo Helder, a política pública do Brasil para o setor é modelo para o mundo.

O pesquisador do Ipea João Brígido salientou que os gastos do governo federal na área de cooperação para o desenvolvimento internacional, nos últimos três anos, foram em ajuda humanitária, operação de manutenção de paz no Haiti, cooperação técnica e educacional, além de contribuições para organismos internacionais.


China

Sobre o descontentamento de setores da economia que reclamam de concorrência desleal da China, o representante do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Affonso Ouro Preto, disse que o Brasil poderia negociar mecanismos de quotas com o país ou estabelecer barreiras para dificultar a entrada de produtos que prejudicam a indústria brasileira.

O geógrafo e autor de livros sobre a China, Elias Jabbour, ressaltou que o crédito é o motor do processo de desenvolvimento do país oriental. A relação crédito/Produto Interno Bruto (PIB) é de 166%. Já no Brasil é de 50,1%, comparou o professor.

“A partir de 1993 foram criados quatro grandes bancos estatais de desenvolvimento mais 12 do tipo comercial”, disse. O Brasil, observou, possui apenas o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

Na avaliação do professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e integrante do Instituto Confúcio, Luis Paulino, o governo brasileiro precisa traçar uma estratégia mais clara de relacionamento com o país. “A China nos traz desafios: parte da indústria se vê ameaçada pela concorrência chinesa. Mas a China também representa grande oportunidade de expansão importante para o Brasil”, ponderou.

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