A Câmara de Belo Horizonte fechou, na última quarta-feira, o quinto mês da legislatura, o quarto com reuniões em plenário. E o saldo de votação não é nada positivo. Diante de um cenário conturbado por conta do relacionamento estremecido com o Executivo e a demora na tramitação das propostas nas comissões temáticas da Casa, praticamente nada foi votado.
Quase 850 projetos foram apresentados desde janeiro pelos vereadores e o Executivo, mas nas 40 reuniões realizadas até agora apenas quatro deles foram aprovados no plenário, sendo dois em primeiro e outros dois em segundo turnos.
O curioso é o conteúdo dos textos. Um deles acertou um reajuste para os servidores da Câmara. Os outros três criam os dias da guarda municipal, do povo cigano e do maître.
O número poderia ser um pouco maior, mas os 13 projetos que estavam na pauta na última reunião tiveram a apreciação transferida para junho.
Nos corredores da Câmara, parte dos vereadores admite que a produtividade poderia ser maior. Outros tentam justificar por conta das outras atividades do mandato, como por exemplo a realização de audiências públicas e reuniões de comissões. Porém, raramente isso acontece no horário do plenário.
Outro detalhe é que a maioria dos vereadores sempre marca presença nas sessões do plenário, mas o quórum é derrubado. Vários parlamentares fazem “corpo mole” e não batem o ponto, mesmo estando no local.
Questões políticas também atrapalhariam, pois alguns vereadores da base aliada estariam insatisfeitos com a postura da Prefeitura. O desempenho da oposição é outro provável motivo.
Trabalho
Questionado, o presidente da Câmara, vereador Léo Burguês (PSDB), afirmou que a Casa está trabalhando, mesmo com o baixo número de projetos analisados no principal espaço da Câmara. “Nas comissões já foram mais de 600 votações de projetos, quase 50 audiências públicas que debateram assuntos importantes para a cidade”.
Apesar da declaração, ele prometeu intensificar os trabalhos no mês que vem. “Em junho teremos condições de analisar várias propostas”.
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