O ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT-SC), exonerou seu chefe de gabinete, o também pedetista Rodrigo Minotto. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira (30). Para substituí-lo, Dias nomeou o secretário-adjunto de seu partido, André Roberto Menegotto.
A saída de Minotto se dá após o nome dele ser ligado a supostas irregularidades na execução de verbas do ministério. Reportagens do jornal O Estado de S.Paulo, publicadas em setembro, mostraram que um irmão dele, filiado ao PDT, estava na lista de funcionários de uma entidade que firmou convênios de R$ 11 milhões com o Trabalho. No entanto, não houve comprovação de que ele e os demais pedetistas, de fato, prestaram os serviços, segundo auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU).
Relatórios do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC), revelados pelo jornal, também apontam suposto dano ao erário e favorecimento de três ONGs, uma delas ligada ao PDT, em convênios de R$ 2,1 milhões firmados pelo Estado de Santa Catarina, entre 2007 e 2010. As parcerias foram bancadas com recursos do Trabalho, com participação de Minotto e a mulher de Manoel Dias, Dalva Maria de Luca Dias. Na época, ela era secretária estadual de Assistência Social e Minotto, coordenador do Sistema Nacional do Emprego (Sine) no Estado. Os dois negam irregularidades.
Segundo os auditores, houve aprovação de despesas sem "caráter público", "ilegítimas e genéricas". No fim do ano passado, a corte remeteu o caso para apuração do Tribunal de Contas da União (TCU), por envolver verbas federais.
Oficialmente, o ministério diz que a exoneração se deve às eleições de 2014, pois Minotto será candidato a deputado estadual em Santa Catarina. Até chegar a chefia de gabinete, Minotto ocupou outros cargos por indicação de Manoel Dias, entre eles o de superintendente regional do Trabalho em Santa Catarina. O novo chefe de gabinete deve deixar o cargo no partido para exercer as atividades no ministério.