BUENOS AIRES (Argentina) - A cirurgia para a retirada de um coágulo na cabeça de Cristina Kirchner, nesta terça-feira (8), em Buenos Aires, durou quase duas horas e ocorreu sem complicações, segundo o boletim médico do hospital Fundação Favarolo. Às 13h20, o porta-voz da Presidência, Alfredo Scoccimarro, apareceu na porta do hospital e anunciou que a cirurgia foi "satisfatória" e que a presidente da Argentina já está no quarto. "Ela está animada e mandou saudações a todos. Agradeceu à equipe médica e a todos que rezaram por ela. Ela está de muito bom humor", disse. Ele também contou que Cristina estava acompanhada da mãe e dos filhos, Máximo e Florencia. Diagnóstico Cristina foi diagnosticada no sábado com um hematoma subdural crônico (quando há acúmulo de sangue próximo à meninge dura-máter, que fica entre o crânio e o cérebro), consequência de uma queda que teria sofrido em 12 de agosto. A Presidência não informa como foi o acidente. No domingo à noite, de repouso na residência oficial de Olivos, ela começou a sentir um formigamento no braço esquerdo. Os médicos verificaram que ela estava perdendo força nesse membro, um dos sintomas da compressão cerebral. Na segunda-feira, ela deu entrada no hospital Fundação Favaloro, em Buenos Aires. O boletim médico informou que a proposta inicial de repouso de 30 dias foi alterada para a cirurgia, mas não deu detalhes. "Essa é uma operação comum e de baixo risco, já que é em uma parte externa do cérebro. Normalmente dura cerca de uma hora e são feitos três ou quatro orifícios na calota craniana para drenar o sangue", explica à Folha o neurocirurgião Santiago Gonzalez Abbati, da Universidade de Buenos Aires. O pós-operatório tampouco é complicado, de acordo com o neurologista Ignacio Previgliano. "Como a cirurgia não mexe com o cérebro, a recuperação costuma ser rápida", diz.