A pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira mostra que, das nove áreas de atuação do governo avaliadas, as medidas de combate à fome e à pobreza, ao desemprego e na área de meio ambiente são os segmentos com aprovação de mais da metade da população. Por outro lado, as ações do governo nas área de saúde, de cobrança de impostos e de segurança pública são desaprovadas pela maioria do entrevistados.
O gerente-executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, avaliou que o aumento da desaprovação em relação à política monetária, de 41%, em junho, para 43%, em setembro, pode ser explicado pelo fato de que os juros ainda continuam altos para o consumidor, embora o Banco Central esteja em um processo de redução da taxa básica há mais de um ano. "Não é alto o porcentual de pessoas que percebe a redução nos juros. Além disso, tem muita gente endividada no cartão de crédito", justificou.
Fonseca disse também que, embora a avaliação pessoal da presidente Dilma continue no mesmo patamar de 77%, houve mudanças significativas em alguns estratos da população pesquisada. A aprovação da presidente caiu 16 pontos porcentuais, atingindo 68% (ante 84% em junho) entre os entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos. Nessa camada da população, a desaprovação à maneira de governar da presidente foi de 29%. A popularidade da presidente também caiu entre os entrevistados com renda familiar de até um salário mínimo. Na comparação com junho, a aprovação caiu de 82% para 75% nesse estrato da pesquisa. Fonseca disse que ainda não consegue explicar essa mudança. "Também estou curioso para entender esta reversão", afirmou. O porcentual de aprovação da presidente é maior nas Regiões Sul (82%) e Nordeste (81%). A Sudeste é a que tem a mais baixa aprovação, com 73%.
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