Integrantes da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro e três deputados conseguiram entrar nesta quarta-feira, 21, no quartel onde funciona o 1º Batalhão de Polícia do Exército. O prédio sediava, nos anos 70, o Destacamento de Operações de Informações (DOI), centro de repressão da ditadura onde ocorreram torturas e mortes de militantes políticos. O objetivo da comissão é que o prédio militar seja tombado e que se transforme em um centro de memória da repressão.
A Comissão Estadual da Verdade havia recebido ofício, na tarde desta terça-feira, 20, informando que a corporação não autorizava a visita ao quartel, anunciada para hoje a partir das 11h. Integrantes da comissão, parlamentares e ativistas seguiram mesmo assim para o quartel. No horário previsto para a visita, um oficial, que se identificou como coronel Luciano, permitiu a entrada do presidente da comissão, Wadih Damous, do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e dos deputados estaduais Gilberto Palmares e Robson Leite (ambos do PT).
Do lado de fora do quartel, ficaram ativistas dos direitos humanos e ex-presos do Doi, como Paulo Sérgio Paranhos, detido por três meses na década de 70 do século passado. "Fui barbaramente torturado. Não tenho nenhum dente por causa dos choques elétricos aplicados nas sessões de torturas", disse Paranhos.